Ao relacionar os
relatos de práticas de exercícios físicos às
características das mamas de 355 mulheres voluntárias, três pesquisadoras da
Universidade de Wollongong (Austrália) concluíram que o tamanho dos seios afeta
a luta contra o sedentarismo. No grupo analisado, quanto maiores os sutiãs,
mais frequentes as reclamações sobre incômodos causados pelo peitoral durante a
ginástica e maiores as chances de as mulheres abandonarem ou nem começarem os
treinos, especialmente os que envolvem impacto, como a corrida.
Elas também se
queixaram do fato de não sentirem a sustentação necessária nos maiôs e sutiãs
esportivos e de dores tanto nas mamas quanto nas costas durante e depois de
alguns exercícios.
Como seios grandes são
comuns em qualquer lugar do mundo, conversamos com especialistas para entender
por que isso tudo ocorre e o que mulheres com peitos de G para maiores podem
fazer para driblar os problemas e se manter firmes – em todos os sentidos – nas
atividades físicas.
Dores nas mamas e nas
costas depois da ginástica.
Acabar a ginástica com
as mamas doendo é uma constante na vida de quem tem peitos grandes. Alguns
fatores podem ser os causadores disso, segundo o ortopedista e médico do
esporte Ricardo Munir Nahas, vice-presidente da Cosumed – Confederação
Sul-Americana de Medicina do Esporte.
O primeiro é a
mobilidade que o seio volumoso apresenta durante a atividade física – o estudo
australiano, inclusive, destaca o fato de essa movimentação poder chegar a um
balanço de 17 cm para cima e para baixo caso o sutiã seja inadequado e “frouxo”
demais. Outro é o atrito da pele sensível (especialmente nos mamilos) com a
roupa. Por fim, a fase pré-menstrual pode causar um aumento no volume e um
adicional de sensibilidade nas mamas que levam às dores durante a ginástica.
Já as dores nas costas
dificilmente são causadas apenas pelo peso das mamas. “Na maioria das vezes, a
mulher tem outros problemas associados, como o aumento da curvatura da coluna,
algum grau de escoliose ou alterações nos discos da coluna. É comum a paciente
relacionar a dor das costas aos seios grandes, mas há outras causas por trás
disso”, explica o ortopedista Orlando Righesso Neto, cirurgião de coluna da SBC
– Sociedade Brasileira de Coluna.
As atividades físicas
que mais prejudicam quem tem seios grandes.
De acordo com os
especialistas, as modalidades que mais causam dores em quem tem seios grandes
são as de impacto e as que geram uma sobrecarga na coluna, como a corrida e o
crossfit. Aliado a isso, tops e sutiãs com ferragens de sustentação podem
piorar muito o quadro, pois fazem pressão em uma região que será exigida mesmo
nos exercícios adequados. O que nos leva à parte boa da coisa:
As atividades físicas
mais indicadas para quem tem seios grandes.
Orlando recomenda os
exercícios mais direcionados para o fortalecimento da musculatura
estabilizadora, como Pilates, RPG e yoga, além de caminhada, hidroginástica e
natação. “A musculação, com acompanhamento de profissionais especializados, também
é uma boa técnica”, diz. Ricardo complementa a lista com a bicicleta
estacionária e as aulas de alongamento.
Tudo isso usando sutiãs
de sustentação tipo top desenvolvidos para a prática de atividades físicas.
Eles são lisos, sem bojo ou ferragens, super confortáveis e evitam tanto o
balanço exagerado dos seios quanto o atrito da pele com a roupa.
Como lidar com as dores
nos seios causadas por exercícios físicos.
Muito legal saber como
evitar as dores, mas pode ser que você esteja sentindo-as neste exato momento e
queira resolver esse problema. É importante consultar um médico – clínico
geral, ortopedista, mastologista – para saber exatamente que medidas tomar.
Cada caso é um caso e automedicação nunca é recomendada.
Via de regra, o
tratamento é feito com uso de analgésicos ou relaxantes musculares. Em alguns
casos mais avançados, fisioterapia com ultrassom e infiltrações podem ser
necessárias.
Além disso tudo,
lembre-se:
– Mulheres com seios
pequenos também podem sentir dores e incômodos devido à prática de atividades
físicas. Neste caso, as práticas e as cargas dos aparelhos provavelmente estão
completamente erradas e precisam ser corrigidas o quanto antes, para evitar
danos maiores.
– A alimentação pode
estar relacionada a dores pós-exercícios físicos. Estudos indicam que o excesso
de açúcar e de carboidratos levam a problemas de cartilagem que acarretam em
incômodos em todo o corpo.
– A avaliação de um
médico do esporte antes de iniciar uma atividade física faz toda a diferença
para evitar transtornos: com base em análise clínica, ele indica as melhores
modalidades para cada pessoa, além de intensidade, duração e frequência.
– Não ignore suas
dores. A máxima “se não está doendo, o exercício não está fazendo efeito” é uma
mentira. Procure ajuda médica sempre que sentir incômodos. Eles não são
normais.
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