Os
poucos que foram encontrados pela reportagem na Sete Portas e na Pituba não
funcionam.
Em um estado onde quase
13,5 milhões de pessoas tem acesso a telefonia móvel oferecida pelas
operadoras, segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), os
orelhões, atualmente, passam praticamente “despercebidos” pela população em
geral. A não ser quando chove ou faz aquele sol de rachar e aí acabam virando
uma espécie de abrigo.
Se há pelo menos 15 ou
20 anos, ainda era possível ver pessoas utilizando cartões para realizar uma
ligação – isso se você, leitor, não for ainda mais velho e tiver utilizado
fichas para tal – a realidade hoje mostra que o equipamento, na maior parte das
vezes, está ali apenas compondo o espaço público, sem uso e vítima do
vandalismo que o acaba tornando inutilizável.
A reportagem da
TBpercorreu alguns pontos na região central da capital baiana e em outros
bairros para conferir a situação dos orelhões. Na Rua Djalma Dutra, próximo as
Sete Portas, o equipamento não está funcionando. Já em na região da Pituba,
bairro de classe média alta da capital baiana, passamos por 12 orelhões e
nenhum deles estava funcionando.
Nas ruas, os ouvidos
pela equipe informaram ou que nunca usaram o orelhão ou que até já usaram, mas
hoje com as facilidades colocadas pela telefonia móvel, deixaram o equipamento
de lado.
“Eu mesmo nunca usei,
mas meu pai já me disse que, antes de chegarem os celulares, eram eles que
facilitavam a vida de muita gente”, afirmou Mariana Moraes, estudante de um
cursinho na região da Pituba. “Eu já usei bastante, muitas vezes me salvou. Mas
agora, além de ser difícil encontrá-los, quando achamos um ele simplesmente não
está funcionando”, comentou o engenheiro Roberto Bomfim.
Diminuição.
Em nota, a assessoria
de comunicação da empresa telefônica Oi confirmou que a utilização do orelhão
está diminuindo a cada ano justamente pelo aumento do número de telefones
móveis.
Em consequência disso,
a agência reguladora – Anatel – introduziu algumas mudanças no novo PGMU –
Plano Geral de Metas de Universalização – PGMU – em vigor desde dezembro de
2018, prevendo a retirada de orelhões subutilizados pelas operadoras de
telefonia fixa que atuam no Brasil (Oi, Telefônica, CTBC e Sercomtel).
“Em contrapartida à
redução do número de telefones de uso público, as operadoras serão obrigadas a
investir em telefonia móvel e banda larga, levando esses serviços às
localidades ainda não atendidas e ampliando o que já existe nas outras
localidades”, explicou a Oi.
Segundo a empresa, o
novo Plano Geral de Metas de Universalização veio adequar as regras vigentes no
Brasil à tendência mundial, garantindo a permanência de orelhões em locais onde
há demanda como shoppings, escolas, postos de saúde, hospitais, órgãos dos
poderes executivo, legislativo e judiciário, estabelecimentos de segurança
pública, bibliotecas, museus, terminais rodoviários e aeródromos.
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