O que muitas
pessoas não sabem é que para combater a cefaléia crônica ou dor de cabeça
não adianta recorrer apenas aos remédios. Muitas vezes, pelo contrário, o abuso
de medicação torna-se parte do problema. Da mesma forma, o desânimo e a depressão
alimentam o suplício. Estas são algumas das conclusões de uma extensa revisão
de 27 estudos publicada no periódico científico Neurology. A meta análise apresenta pelo menos quatro
fatores que comprovadamente servem de combustível à dor de cabeça.
Além da depressão e
ansiedade e do uso inadequado de medicamentos, a falta de sono e o
stress estão entre os principais estímulos. Estes fatores não só pioram a
frequência e a intensidade das crises como contribuem para uma queda acentuada
da qualidade de vida.
Os investigadores
ponderam, porém, que, embora tais fatores liderem o ranking, existem outros que
também fazem as crises de mal estar acontecerem. Ao todo a comunidade
médica estima que existam cerca de 150 variedades de dor de cabeça. As mais
comuns são a enxaqueca e a tensional. Ambas as condições são consideradas
crônicas quando se manifestam 15 ou mais dias do mês por pelo menos três meses.
“A tensional tende a
ser mais leve e caracteriza-se por uma pressão na cabeça, enquanto a
enxaqueca é mais forte, latejante e pode vir acompanhada de náuseas e
formigamento no corpo”, explica o neurologista Manuel Jacobsen Teixeira, da
Sociedade Brasileira de Neurocirurgia, em entrevista à revista Super
Interessante. O tratamento vai depender do tipo e das particularidades de cada
indivíduo, sendo que os analgésicos auxiliam a atenuar as crises, e outras
medicações de uso contínuo podem ser usadas para prevenir o sofrimento.
1) Ansiedade e
depressão.
“Existem alguns
mecanismos no cérebro que suprimem a dor e são afetados tanto na depressão
quanto na ansiedade. Desse modo, estímulos que antes não eram dolorosos passam
a ser”, esclarece o psiquiatra Fernando Fernandes, do Instituto de
Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo.
De acordo com a
investigação, pessoas ansiosas e deprimidas passam mais dias do mês com crises
de enxaqueca, usam mais analgésicos e têm menor resposta a eles. Superar essas
condições torna-se, portanto, um elemento essencial para combater a dor
crônica.
2) Abuso
de remédios.
“O uso inadequado de
analgésicos aumenta em 19 vezes o risco de uma dor esporádica se tornar
crônica”, alerta Teixeira. O hábito de tomar algo mais de duas vezes por semana
sem orientação pode contribuir para que o organismo ganhe tolerância a essas
drogas.
“O abuso dos remédios
chega a alterar o bom funcionamento do cérebro”, explica o especialista.
3) Stress diário.
Praticamente tudo que
está ligado ao comportamento e às emoções influencia o aparecimento da dor de
cabeça quando há propensão para sofrer da condição. E, nesse ponto, a tensão
sobressai.
De acordo com a
meta-análise, dois dias seguidos de stress excessivo já contribuem para que a
dor apareça. “Nessas situações de alteração do humor, há um impacto na
libertação de substâncias que o cérebro usa para minimizar a dor”, aponta
Teixeira.
4) Insônias.
Bastam duas noites mal
dormidas para catapultar o risco de um episódio de dor de cabeça. Outro
aviso do estudo destaca não apenas a privação de sono, como também condições
que atrapalham o poder reparador do repouso noturno. É o caso da apneia,
marcada por roncos e interrupções temporárias na respiração, sendo que este
problema é até duas vezes mais presente entre quem sofre de cefaleia.
Troca a noite pelo dia?
Cuidado. Quanto menos horas na cama, mais intensa a tortura. Com base nas
descobertas, os cientistas acreditam que dormir cerca de oito horas por noite,
assim como tratar a apneia e insônias, afasta as manifestações dolorosas.
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