Depois de passar a
noite na farra, o pai esqueceu como devia registrar a filha.
Boa parte de nós tem
uma história marcante de carnaval, mas dificilmente uma data será tão
inesquecível quanto para essa família de Sorocaba, interior de São Paulo.
O ano era 1985, meados
de fevereiro. Izabel Ferreira dos Reis Xavier esperava a sua filha,
a jornalista Christine Xavier, com Josevaldo dos Reis Xavier, um homem
apaixonado pelo Carnaval.
Mesmo com a esposa já
internada, Josevaldo foi convencido pelo cunhado a curtir um baile na noite do
domingo de Carnaval. Apesar de parecer estranho, ninguém fez vista grossa,
já que ele estaria com um outro membro da família, apenas dona Izabel não
concordou muito.
"Eu voltei para
casa depois de dois dias, aí eu soube que ele tinha ido para o Carnaval junto
com o meu irmão”, relembra ela. "Eu sabia da paixão dele pelo Carnaval,
mas eu não achei justo eu estar sofrendo com um monte de dor e ele no
carnaval”, reclama. "Mas tudo bem", diz conformada.
Josevaldo se defende e
diz que não época chegou alerta o cunhado: "Não tinha cabimento ir para o
baile de Carnaval com a esposa naquela situação”. Mas que mesmo assim acabou
indo junto com o irmão da esposa e os dois ficaram na folia até às 5 da manhã.
Às 11 horas do mesmo dia, Christine nasceu.
Por sorte, Josevaldo
não perdeu o nascimento da filha, mas a confusão maior estava por
vir. Ainda “de cabeça inchada por conta do baile”, como ele mesmo conta, chegou
a hora de ir registrar a recém-nascida. Para evitar problemas, o pai anotou em
um papel o nome Christine Aparecida de Lima Xavier.
Chegando no cartório,
mesmo com o lembrete, a ressaca da folia fez com que Josevaldo esquecesse a
parte do “de Lima”, justamente o sobrenome da mãe, que não ficou mais tão
tranquila com a farra do marido com o irmão. "Até hoje eu recebo críticas
da dona Izabel por conta desse fato”, brinca o pai.
Mas quem pensa que o
homem apaixonado pela folia faria diferente nos dias de hoje, se engana. O
senhor Josevaldo diz que apesar de na época haver todo um clima especial
envolvido e não saber se hoje teria a mesma coragem, ele admite: “Não
posso dizer que não faria”.
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