OMS orienta
médicos a reportarem casos; Sociedade Brasileira de Pediatria e Organização
Pan-Americana da Saúde também publicaram documento alertando sobre síndrome
inflamatória multisistêmica associada à SARS-CoV-2.
Diversos órgãos e autoridades
da área da saúde estão alertando para uma nova síndrome desenvolvida em
crianças e adolescentes, após infecção pelo novo coronavírus.
Os primeiros casos
percebidos foram no Reino Unido, mas há registros no Canadá, França, Espanha,
Suécia, Israel, Bélgica e no Brasil também, conforme aponta o pediatra Werther
Brunow de Carvalho, do Hospital Santa Catarina, em São Paulo.
“Apesar da incidência
mais baixa da Covid-19 em crianças, geralmente assintomática ou com quadros
clínicos leves, há casos moderados e graves – e com os sintomas desta nova
síndrome, a PIMS-TS (sigla em inglês para Síndrome Inflamatória Multisistêmica
Pediátrica Associada ao SARS-CoV-2)”.
Inicialmente, a doença
parece ser uma reação do organismo à infecção provocada
pelo vírus, ocasionando uma grave inflamação generalizada. “Há uma semelhança
com a síndrome do choque tóxico e doença de Kawasaki, mas a apresentação
clínica é de febre persistente, inflamação e disfunção de um ou múltiplos
órgãos”, explica.
De acordo com o médico,
outras características também podem surgir nos pacientes com a PIMS-TS, como
choque, rash cutâneo, conjuntivite, envolvimento de membranas mucosas,
diarreia, vômitos, sintomas respiratórios, tosse, dor de cabeça e confusão
mental.
O alerta, emitido pela
Organização Mundial de Saúde (OMS) e reforçado pela Sociedade Brasileira de
Pediatria (SBP) e Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), entre outros
órgãos, também descreve manifestações clínicas e alterações de exames
complementares, similares às observadas em crianças e adolescentes com síndrome
de Kawasaki, Kawasaki incompleto e/ou síndrome do choque tóxico.
Para o pediatra, essas
características exigem alto índice de suspeita clínica até ter certeza do
diagnóstico certo. “A doença Kawasaki é uma vasculite aguda (inflamação da
parede dos vasos sanguíneos), geralmente autolimitada aos vasos de médio
calibre, e que acomete as crianças na maioria dos casos. Na fase aguda da
doença, há uma alteração hemodinâmica (conjunto de componentes que constituem o
bombeamento de sangue no sistema cardiovascular),
surgindo a síndrome do choque da doença de Kawasaki”, afirma.
Aproximadamente 80% dos
pacientes com a nova síndrome necessitam de internação em unidade de terapia
intensiva pediátrica, por quatro dias em média, aponta Werther. “Como as
crianças apresentam sinais de maior acometimento cardiovascular, o atendimento
tem que ser realizado no hospital”.
Ele orienta os pais a
ficarem atentos quanto aos sintomas, mas ressalta que estes quadros clínicos
são pouco frequentes. “Caso haja evolução com febre alta (acima de 38°C) e
persistente, vermelhidão na pele, presença de conjuntivite sem pus, edema nas
mãos e pés e sintomas gastrointestinais como vômitos, diarreia e dor abdominal,
deve-se procurar assistência médica imediatamente”.
*** Por João
Pinho – Loures Consultoria.
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