Fome avança e atinge
quase 700 milhões de pessoas em 2019.
Um relatório da
Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), divulgado
na segunda-feira (13), mostrou que mais de 690 milhões de pessoas vivenciaram a
falta de comida e a desnutrição de maneira crônica em 2019.
O número é 10 milhões a
mais do que 2018 e cerca de 60 milhões a mais em um período de cinco anos.
O cenário é ainda mais
preocupante para este ano, já que o avanço do novo coronavírus (Sars-CoV-2) no
mundo pode fazer com que 132 milhões de pessoas passem fome em 2020.
Apesar de fazer uma
ressalva de que pode ser cedo ainda para dimensionar o tamanho do impacto da
Covid-19, o relatório afirma que no mínimo 80 milhões entrarão para a triste
estatística até dezembro.
"A fome atinge um
número crescente de pessoas. Nos últimos cinco anos, dezenas de milhões de
indivíduos em todo o mundo passaram para a fila dos subalimentados crônicos e
diversos países estão nas garras de múltiplas formas de má nutrição", diz
o documento.
A pesquisa contou com a
participação de outras entidades internacionais, como o Fundo Internacional de
Desenvolvimento Agrícola (Ifad), o Fundo das Nações Unidas para a Infância
(Unicef), o Programa Alimentar Mundial (PAM) e a Organização Mundial da Saúde
(OMS), e colocou em cheque o objetivo de atingir a Fome Zero no mundo até 2030.
O percentual de pessoas
com fome no mundo permanece na faixa dos 8,9% desde 2014, o que mostra que não
há grandes mudanças em uma análise global, mas que o número de pessoas
subalimentadas sobe no mesmo nível do crescimento da população mundial.
A Ásia continua como a
região com o mais elevado número de subalimentados, com 381 milhões de pessoas,
seguida pela África (250 milhões) e pela América Latina e Caribe (48
milhões).
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