A dançarina do ventre
Sama el-Masry, 42 anos, foi condenada a três anos de prisão no Egito por
incitar comportamento "devasso e imoral" nas suas publicações em
redes sociais. A dançarina também foi multada em 300 mil libras egípcias (cerca
de R$ 102 mil).
El-Masry foi presa em
abril após uma investigação sobre os vídeos e fotos publicados nas redes
sociais, incluindo o aplicativo TikTok, famoso por seus vídeos. Para o
Ministério Público do Egito, o comportamento da dançarina foi descrito como
sexualmente sugestivo.
A dançarina disse que
os conteúdos publicados nas redes sociais foram roubados de seu celular e
compartilhado nas mídias sem sua autorização e negou as acusações.
No último sábado (27),
o Tribunal Econômico de delitos do Cairo, capital do Egito, decidiu que
El-Masry violou os princípios e valores do país, além de usar e gerenciar sites
e contas nas redes sociais com o objetivo de cometer atos "imorais".
Por isso, ela foi condenada a três anos de prisão e pagamento de multa. A
dançarina disse que irá recorrer da decisão.
"Há uma enorme
diferença entre liberdade e devassidão", disse à Reuters John Talaat,
membro do parlamento local que pediu ações contra mulheres que participam do
TikTok. Para Talaat, essas mulheres estão destruindo valores e tradições
familiares.
Emitida em 2008, a lei de
crimes cibernéticos no Egito prevê que qualquer pessoa que criar e gerenciar
uma conta na internet com o objetivo de violar a lei pode ser presa e receber
multa de até 300 mil libras egípcias.
Entessar el-Saeed,
advogada dos direitos das mulheres, ponderou que as autoridades do país miram
somente mulheres na aplicação desta lei.
"Nossa sociedade
conservadora está lutando com mudanças tecnológicas, que criaram um ambiente e
mentalidades completamente diferentes", comentou à Reuters.
*** Com
informações da Reuters.
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