Um novo estudo revelou
que o salbutamol, medicamento comum para asma, tem potencial significativo como
tratamento de baixo custo e resposta rápida para a doença de Alzheimer, a forma
mais comum de demência, que afeta 47 milhões de pessoas em todo o mundo e não
tem cura. A informação foi divulgada pelo site especializado
"Medicalxpress".
Ainda em estágio
inicial, a pesquisa liderado por cientistas da Universidade de Lancaster, na
Inglaterra, mostra que o remédio é eficaz na redução do acúmulo de fibras
insolúveis da proteína tau, encontrado no cérebro de pessoas com doença de
Alzheimer. Essas fibras microscópicas se acumulam em emaranhados
neurofibrilares e podem causar desestabilização dos neurônios, morte de células
cerebrais e são uma característica essencial da progressão da doença.
O estudo examinou uma
seleção de mais de 80 compostos e medicamentos existentes simultaneamente para
determinar sua eficácia na prevenção da formação de fibrilas tau. E revelou
quatro drogas atuais como possíveis candidatas. Por ser facilmente ingerido,
absorvido pelo cérebro e permanecer no corpo por várias horas, o salbutamol foi
a que mostrou mais potencial para um novo tratamento contra o Alzheimer.
"Nosso trabalho
destaca o impacto potencial do redirecionamento de medicamentos para usos
médicos secundários, descobrindo uma nova estratégia terapêutica que impede a
patologia molecular da doença de Alzheimer e que poderiam não ser
estudados", afirmou David Townsend, principal autor da pesquisa: "O
salbutamol já passou por extensas revisões de segurança e, se pesquisas
posteriores revelarem uma capacidade de impedir a progressão da doença de
Alzheimer em modelos celulares e animais, esse medicamento poderá oferecer um
passo adiante, reduzindo drasticamente o custo e o tempo associados ao
desenvolvimento típico de medicamentos".
Os pesquisadores dizem
que os inaladores atuais de asma resultam em apenas uma pequena quantidade de
salbutamol atingindo o cérebro e, portanto, se outras pesquisas forem
bem-sucedidas, também será necessário desenvolver um novo método de administração.
Eles acrescentam que pesquisas futuras também podem se concentrar em outros
medicamentos para a asma que são quimicamente semelhantes ao salbutamol, mas
que circulam na corrente sanguínea por muito mais tempo.
"Este trabalho
está nos estágios iniciais e estamos longe de saber se o salbutamol será ou não
eficaz no tratamento da doença de Alzheimer em pacientes humanos. No entanto,
nossos resultados justificam ainda mais testes de salbutamol e drogas similares
em animais e eventualmente, se bem-sucedidos, em ensaios clínicos", disse
David Middleton, co-autor da pesquisa.
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