FONTE: TRIBUNA DA BAHIA, (www.bmaissaude.com.br).
Inexistem estatísticas oficiais sobre o uso de medicamentos
para tratamento da disfunção erétil sem indicação médica, mas os especialistas
da área alertam que os conhecidos estimulantes sexuais como Viagra, Levitra e
Cialis, entre outros, podem causar danos à saúde do paciente que optar pela
automedicação. “Consumir essas drogas por conta própria significa correr riscos
incalculáveis”, alerta o urologista Francisco Costa Neto, especialista em
andrologia e diretor da Clínica do Homem, de Salvador.]
Segundo o médico, queda aguda da pressão arterial,
gastrite, dor de cabeça intensa, além de dependência psicogênica e complicações
cardiovasculares diversas são alguns dos efeitos colaterais mais frequentes do
uso inadequado desses medicamentos. Uma reação entre medicamentos consumidos
por cardiopatas e estimulantes sexuais pode, inclusive, ser fatal para o
paciente. “A partir do levantamento da causa da Disfunção Erétil, prescrevemos
um tratamento individualizado. Se os medicamentos forem necessários, eles
precisam ser consumidos na dose e nos horários certos”, explicou o médico.
Ele condena a banalização da venda de drogas que
tratam da disfunção erétil. “A receita médica deveria ser obrigatória nas
farmácias, mas não é. Felizmente, desde 2003, a Anvisa proibiu, em todo o
território nacional, propagandas institucionais que façam referência a
medicamentos ou tratamentos para disfunção erétil. Mesmo assim, os índices de
consumo por conta própria é elevadíssimo. Até em feiras essas drogas são
comercializadas, um grande absurdo”, destaca Neto.
Potência
sexual – As drogas que agem na vasodilatação peniana, que devem,
necessariamente, ser prescritas por um médico, podem ser eficazes em pessoas
que tiveram problemas vasculares, Síndrome Metabólica ou doenças de base
(aquelas que surgem primeiro, mas acabam evoluindo para alguma Síndrome).
“Porém, em indivíduos saudáveis, esses medicamentos não são capazes de aumentar
a potência sexual”, explica o urologista. A maioria dos casos de problemas
sexuais envolvendo jovens está relacionada a distúrbios comportamentais que
podem, inclusive, causar a chamada disfunção erétil psicogênica. Quando a
situação é diagnosticada, o tratamento é feito através de Psicoterapia.
Já em pacientes com mais de 45 anos, a disfunção erétil
(DE) de causa orgânica é mais frequente do que nos jovens. “A deficiência de
testosterona, conhecida como andropausa, pode ser o X da questão. Neste caso,
pode ser necessário iniciar a terapia de reposição hormonal, que precisa,
necessariamente, ser orientada por um especialista. Caso contrário, pode gerar
problemas tão ou mais graves do que aqueles causados pela automedicação”,
destaca Neto.
Além de distúrbios hormonais, a DE pode se originar de
problemas com o suprimento de sangue do pênis, distúrbios do sistema nervoso,
danos estruturais do pênis ou outras doenças complexas e multissistêmicas.
Efeitos colaterais de drogas e medicamentos para controle de hipertensão
arterial, diabetes e outras doenças também podem dificultar ou impedir a ereção
peniana. “Meu papel como andrologista é investigar com cautela todas as
possíveis causas do problema para, a partir de então, prescrever o melhor
tratamento. Felizmente, as soluções disponíveis atualmente para resolver a
Disfunção Erétil são inúmeras, seguras e bastante eficazes, se prescritas
adequadamente”, conclui o diretor da Clínica do Homem, Francisco Costa Neto.
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