Se a
chapa da presidente cassada Dilma Rousseff e do presidente Michel Temer for cassada no processo que tramita no Tribunal Superior
Eleitoral, os brasileiros serão convocados para comparecer às urnas novamente e
escolher o próximo mandatário do País — em 2017 ou mesmo no primeiro semestre
de 2018.
Diferentemente
do que vem sendo falado, a previsão é de eleições diretas nesse caso.
Ao
HuffPost Brasil, o Tribunal Superior Eleitoral afirmou que, caso haja “decisão
da Justiça Eleitoral que importe o indeferimento do registro, a cassação do
diploma ou a perda do mandato de candidato eleito em pleito majoritário”, serão
convocadas novas eleições no prazo de 20 a 40 dias.
A
eleição só será indireta se o registro for cassado nos últimos seis meses do
mandato. Essa regra foi estabelecida na minirreforma eleitoral aprovada pelo
Congresso Nacional em 2015.
O
tribunal destacou, contudo, que se a cassação do mandato do presidente não
ocorrer por decisão da Justiça Eleitoral, aplica-se o art. 81 da Constituição
Federal. Nesse caso, vale eleição indireta:
“Ocorrendo
a vacância nos últimos dois anos do período presidencial, a eleição para ambos
os cargos será feita 30 dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na
forma da lei”, diz a Carta Magna.
Dúvidas.
Embora
a regra esteja no Código Eleitoral e na Constituição, ela gera dúvidas. Líder
do PT no Senado, Humberto Costa (PE) protocolou uma consulta no TSE para saber
quem elegerá o novo presidente, caso a chapa Dilma-Temer seja cassada.
Integrantes
do governo apostam em eleições indiretas, pois acreditam que a Constituição se
sobrepõe ao Código Eleitoral.
Para
deixar o texto claro, o deputado Miro Teixeira (Rede-RJ) apresentou uma
proposta de emenda à Constituição que estabelece eleições diretas no caso de vacância
do cargo. Ele diz que esse é um pleito do povo.
A
base governista tem trabalhado para manter a emenda parada na CCJ. O argumento
é de que a proposta é “inadequada” para o momento. O deputado Carlos Marun
(PMDB-MS) é um dos que chamam a matéria de “casuísmo”.
Nos
bastidores, aqueles que acreditam que o governo Temer “já acabou” trabalham
para emplacar, por eleições indiretas, nomes como o do ex-ministro Nelson Jobim
ou até mesmo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Lava Jato.
A
chapa Dilma-Temer é investigada no Tribunal Superior Eleitoral por possíveis
irregularidades na prestação de contas.
A
delação da Odebrecht pode deixar o presidente Temer em situação ainda mais
delicada. Isso porque, segundo o Estado de S. Paulo, foi relatado que a empreiteira
fez uma doação ilegal de cerca de R$ 30 milhões à coligação reeleita em 2014.
Ciente
dos problemas envolvendo a chapa, Temer pediu em abril ao TSE para separar as
responsabilidades e, automaticamente, desvincular as contas de Dilma Rousseff.
Em setembro, o tribunal informou à Polícia Federal, em um caso relacionado às
contas de 2010, que os dois integrantes da chapa são responsáveis “solidários”
pela prestação do que foi arrecadado e gasto.
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