Nossas
crianças estão entrando em contato com mundo da tecnologia cada vez mais cedo.
Os pequenos já perceberam que eles são mais divertidos e animados do que
qualquer brinquedo.
Muitos
pais e educadores estão confusos sobre como lidar com a situação. Por um lado,
as crianças ficam entretidas e calmas assistindo seus desenhos. Vemos muitos
pais em situações onde o celular e o tablet parecem representar uma ajuda
valiosa para manter as crianças quietas e bem comportadas, por exemplo, nos
restaurantes.
Por
outro lado, depois de pouco tempo, bebês e crianças pequenas aprendem o
funcionamento e conheçam os recursos dos aparelhos. A partir daí não se
interessam por mais nada e cada vez mais e a toda hora querem alcançar o
celular ou o tablet.
A
situação é tão nova, que há uma grande desinformação e insegurança sobre qual a
melhor atitude a adotar. Isso porque, essa nova onda da tecnologia online
portátil surgiu e ganhou espaço generalizado, em todas as camadas sociais, em
apenas uma década!
Há
apenas 20 anos os celulares não eram inteligentes e não contavam com acesso à
internet. Eram blocos pesados e só serviam como telefone.
Pesquisa realizada e publicada em
2016 demonstrou que mais de 100
milhões de brasileiros acessam a internet e a maioria desses usuários utiliza o
telefone celular como dispositivo preferencial para esse acesso.
Esse
contingente de usuários vem aumentando numa proporção de 5% ao ano. O
computador de mesa ou notebook agora é responsável por apenas 40% das conexões,
enquanto que o celular representa 89%.
Um
celular representa, portanto, um dispositivo que exerce grande atração sobre as
crianças e está em toda parte, nas mãos do pai, mãe, irmãos, avós, titias, etc.
Seu pequeno tamanho e sua onipresença o tornam um objeto que facilmente cai nas
mãos de uma criança ou mesmo é usado pelos pais como brinquedo.
Quando
a criança já possui um celular.
Entre
os aspectos positivos da tecnologia está a comunicação rápida entre pais e
filhos. Com o uso do celular, quantos problemas são evitados ou minimizados
quando um recado sobre um atraso ou outra eventualidade pode ser rapidamente e
facilmente transmitido. Quantos desencontros que aconteciam antigamente, agora
podem ser evitados!
Entretanto,
o celular é uma porta aberta para o mundo e a internet está repleta de
obscenidades e riscos para a criança, como é o caso da pedofilia e dos jogos
violentos. Além disso, no Brasil, um celular é o bem mais cobiçado por ladrões.
Uma criança com esse aparelho em mãos se torna um alvo fácil para um roubo.
O
celular e o tablet chegam às mãos dos bebês.
O
efeito da exposição de crianças pequenas aos celulares e tablets tem levado os
especialistas a analisarem as consequências desse novo hábito. Os bebês estão
conhecendo a internet através desses aparelhos, cada vez mais cedo. Segundo
estudo da Academia Americana de Pediatria e Sociedade Canadense de Pediatria,
as crianças até 2 anos de idade não
devem ter contato com esses
aparelhos e maiores de dois anos apenas devem usá-los uma hora por dia. Todos
os menores de 12 anos só devem usar o celular sob controle estrito dos pais.
Como
os celulares afetam as crianças.
Podemos
notar crianças grudadas no brilho do smarthfone por toda parte. Mas não é só no
Brasil. No mundo, cerca de 1,8 bilhão de pessoas usam o celular diariamente.
Alguns estudos afirmam que cada pessoa checa o seu 150 vezes por dia. Na
Inglaterra 70% de crianças de 11 a 12 anos usam o celular e aos 14 anos esse
percentual passa a 90%. Há uma estimativa de que 25% das crianças entre a idade
de 2 a 5 anos têm um smarthfone. De repente, eles substituíram o basquete e as bonecas
na lista de presente das crianças, que estão pedindo por eles, ou melhor,
implorando, antes que consigam amarrar os próprios sapatos.
Muitas
pesquisas têm sido conduzidas ao longo dos anos, para entender o sistema
cognitivo das crianças. Há muitas teorias, mas talvez Jean Piaget seja o mais
respeitado no campo educacional. Ele foi um dos primeiros a estudar como o
cérebro da criança se desenvolve. A sua teoria basicamente explica como se dá o
aprendizado, como um processo mental que reorganiza conceitos baseados na
biologia e nas experiências. Ele deduziu que as crianças aprendem porque o seu
cérebro se expande e funciona dentro de padrões, em direção a quatro estágios
universais de desenvolvimento.
Os
educadores adotaram uma variedade de técnicas e métodos, que se baseiam nos
princípios de Piaget. As crianças precisam experimentar o mundo, constroem uma
compreensão do mundo ao redor delas e tentam entender novas ideias a partir
daquilo que elas já conhecem e descobriram. As interações face a face, para as
crianças, são o principal meio de ganharem conhecimento e aprenderem.
Os
celulares introduziram uma mudança na interação entre pais e crianças. Foi
observado que eles alteraram a forma como as crianças sempre aprenderam a
linguagem e as emoções. A maneira tradicional sempre foi através da observação
dos adultos que estão tendo uma conversação, assim aprendíamos a ler as
expressões faciais das outras pessoas. Se isso não acontece, as crianças podem
estar perdendo importantes passos do desenvolvimento.
A tela
do celular tira a atenção do aprendizado e da exploração presencial na
exploração do mundo. É de se notar como os médicos e educadores estão
preocupados com a superexposição a essa tecnologia e seu impacto no cérebro.
A
radiação dos celulares, por exemplo, já vem sendo uma fonte de preocupação há
bastante tempo. Entretanto, a teoria da radiação não foi provada e muitos
profissionais afirmam que os celulares não nos expõem a radiações que possam
fazer mal. Isso pode trazer algum alívio para as preocupações dos pais, mas
parece que as frequências de radio emitidas por um smarthfone podem realmente
afetar um cérebro em desenvolvimento.
O
lóbulo temporal e o frontal do cérebro estão ainda se desenvolvendo, até a
adolescência e se localizam na região das orelhas, no local onde colocamos os
aparelhos. Mas além de expor o desenvolvimento do cérebro às ondas do rádio ou
à radiação prejudicial, os efeitos do celular e da internet podem ocorrer no
funcionamento do cérebro.
Alguns estudos demonstraram que o tempo que se passa diante da telinha do
celular altera a forma como o cérebro aprende, os métodos tradicionais de
aprendizagem para ler, escrever e se concentrar passam a ficar em segundo
plano. No caso da criança, isso pode afetar o seu relacionamento com as pessoas
e acabar por afastá-la dos sentimentos alheios.
Quando
os efeitos são positivos.
Enquanto
esperamos maiores conclusões sobre os efeitos prejudiciais dos celulares, temos
os benefícios que a tecnologia proporciona às nossas crianças. Aqui vão alguns
deles:
Uma
criança hoje em dia é capaz de rapidamente fazer buscas na internet, que levam
a decisões rápidas, desenvolvendo a precisão visual a capacidade para
multitarefas.Os jogos ajudam a desenvolver a visão periférica.As tarefas que
envolvem capacidade motora e visual melhorar, tais como rastrear ou procurar
por objetos.Os que usam a internet tendem a tomar decisões e resolver problemas
mais rapidamente.
Muitos
especialistas e educadores acreditam que a media interativa tem um papel na
vida da criança. Os smarthfones e tablets podem ajudar a aprender conceitos,
comunicação e compartilhamento.
Cuidados
a tomar.
Aqui vão algumas recomendações para os
pais, quanto ao smarthfone:
Crianças
abaixo de dois anos não devem usar telas ou equipamentos eletrônicos.
Brinque muito com seus filhos e interaja com eles no tradicional modo face a face.
Assegure-se de que o smarthfone não interfere com as oportunidades de brincar e socializar.
Limite o uso do aparelho a uma ou duas horas por dia. Isso inclui smarthfone, computador e TV.
Planeje o uso positivo do smartfone. Ele é muito bom para nos divertir de vez em quando.
Encoraje as refeições em família e a comunicação.
Procure aplicativos de qualidade que promovam o crescimento do vocabulário, a matemática, a literatura e os conceitos científicos.Mantenha o celular fora do dormitório.
Os
profissionais de saúde já realizaram muitos estudos contraditórios sobre
benefícios e prejuízos dos equipamentos como celulares e tablets nos cérebros
em desenvolvimento. Obviamente os pais precisam ficar informados e alertas dos
possíveis efeitos colaterais. Todas as evidências podem levar os pais a
questionar se eles devem ou não permitir que suas crianças acessem os
smarthfones ou outras tecnologias. Entretanto, uma coisa parece ser comum a
todos os especialistas: a moderação é a chave para acertar sempre.
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