FONTE: Gabriela Guimarães e Rita Trevisan, Colaboração para o UOL, (http://estilo.uol.com.br).
Mau hálito, sensação de
cansaço e muita irritação. Esses e outros incômodos são comuns -- e até
esperados -- nas primeiras semanas de dieta. Felizmente, há estratégias para
amenizá-los, até que o corpo se adapte à nova rotina alimentar.
Fontes consultadas:
Sara Bragança, médica especializada em terapia ortomolecular e emagrecimento.
Natasha Barros, nutricionista, membro do IFBB – International Federation of
Body Building e da IBNF – Instituto Brasileiro de Nutrição Funcional.
O sintoma é muito comum
nos primeiros dias de uma dieta que reduz drasticamente o consumo de
carboidratos. A estratégia é eficiente para a perda de peso, mas nem todas as
pessoas conseguem se adaptar. Para amenizar o sintoma, vale inserir apenas
carboidratos complexos na alimentação, como batata-doce, aipim e arroz integral
-- ainda que em quantidade menor, para não prejudicar o objetivo final da
dieta. Mas, se mesmo assim o incômodo não sumir entre a primeira e a segunda
semana, o ideal é buscar a orientação do nutricionista, para evitar prejuízos à
saúde.
Quando o corpo começa a
usar as gorduras como a principal fonte de energia, na ausência de
carboidratos, o mau hálito aparece. Também é por conta dessa mudança que o suor
e o xixi ficam com cheiro mais forte. Para lidar com esse desconforto, a dica é
beber bastante água. A ideia é que boa parte da cetose acumulada -- o agente
causador dos maus odores -- seja eliminada pela urina. Outra orientação é fazer
as refeições de três em três horas, religiosamente, o que ajuda a amenizar o
mau hálito.
Como a comida é muito
associada ao prazer, é normal que, principalmente nos primeiros dias da dieta,
o humor fique instável. Além disso, alguns alimentos altamente calóricos --
como o chocolate, cortado da maioria dos cardápios durante o regime -- que
promovem a liberação de substâncias ligadas à sensação de bem-estar e
relaxamento. Para persistir na dieta e não ser vítima da irritação, pegar firme
nos exercícios é uma alternativa. Depois da atividade, o corpo costuma
experimentar sensação parecida com a que vem após o consumo de chocolate.
Pode ser um reflexo do
aumento de proteínas na dieta, quando a intenção é perder gordura e fazer
crescer os músculos - as proteínas são alimentos de digestão mais lenta. Como
se não bastasse, a redução de gorduras e carboidratos das refeições também
diminui o volume do bolo fecal, dificultando o esvaziamento do intestino. Para
minimizar esse efeito, é preciso aumentar o consumo de fibras -- presentes em
frutas, verduras, legumes e cereais integrais -- e de água. Alimentos
probióticos, como iogurtes, também melhoram o funcionamento do intestino.
Dietas desintoxicantes
combatem a retenção de líquido e vão estimular a eliminação de toxinas por meio
da urina. O sintoma também é decorrente de uma dieta com baixo consumo de
carboidratos. O que acontece é que a glicose armazenada no fígado e nos
músculos começa a ser queimada e, na quebra dessas moléculas, que contêm água,
todo o líquido é automaticamente eliminado. A vontade de fazer xixi deve ser
encarada como um sinal de alerta se estiver atrapalhando a rotina --a ponto de
você não conseguir realizar todas as tarefas por conta das constantes idas ao
banheiro. Nesse caso, será preciso avaliar se o regime escolhido não está
sobrecarregando os rins. O que os especialistas afirmam é que, em geral, quanto
mais clarinha a urina, menos motivos há para se preocupar com ela.
Ao comer mais proteínas
--carnes, ovos e whey protein-- os gases, naturalmente, aumentam. Se
necessário, a recomendação é consumir alimentos probióticos, que equilibram o
funcionamento intestinal. Outras mudanças de hábito dão uma forcinha aos
intestinos: mastigar bem os alimentos, aumentar o tempo de cozimento deles e
reduzir as porções em cada refeição. Se, mesmo depois de adotadas todas essas
medidas, a flatulência continuar a incomodar, será preciso investigar: o
sintoma pode indicar um desequilíbrio conhecido como disbiose, que causa também
a deficiência na absorção de vitaminas.
Podem estar ligadas ao
baixo consumo de carboidratos, que fornecem energia, o combustível que o corpo
está acostumado a usar para suas atividades vitais, incluindo as cognitivas.
Por isso, nas primeiras duas semanas da dieta, pode-se notar lentidão mental,
dificuldade de concentração e até dores de cabeça. Ao fazer muito xixi,
perde-se minerais como o potássio e o magnésio, um fator também associado ao
incômodo. Consumir alimentos ricos nesses dois minerais é a recomendação dos
nutricionistas: derivados do leite, folhas verde-escuras e banana são alguns
exemplos.
Também é uma
consequência esperada da mudança que a dieta promove no organismo, quando o
corpo começa a usar a gordura como fonte de energia, em vez do carboidrato. O
normal é que o desconforto suma -- ou se torne muito mais fácil de lidar -- com
a adaptação, que pode levar de uma a duas semanas. O consumo de alimentos ricos
em fibras e gorduras boas, nesse período, costuma ser estratégia eficiente para
sobreviver à compulsão e conseguir dar continuidade à dieta. Alimentos como
abacate, castanhas, coco e azeite, por exemplo, podem ser adicionados ao
cardápio, em quantidades prescritas pelo nutricionista.
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