A
espermidina é uma substância presente em vários alimentos, a exemplo de
queijos curados (como gorgonzola, Roquefort e parmesão), cogumelos, produtos à
base de soja, milho e grãos integrais. Se você nunca havia ouvido esse nome, aí
vai um motivo para gravá-lo: segundo um estudo publicado em abril de 2017 na
revista Cancer Research,
o composto está ligado à prevenção de câncer no fígado e a um aumento da expectativa de vida.
Na
pesquisa – conduzida por cientistas da Universidade Texas A&M, nos Estados
Unidos –, os estudiosos notaram que a vida dos ratos que tomaram
suplementos orais de espermidina aumentou em 25%. “Em humanos, isso significaria
que, ao invés de viver até os 81 anos de idade, o americano comum poderia viver
até os 100 anos”, comenta Leyuan Liu, principal autor da investigação.
Mas,
para ter esse benefício, seria preciso inserir a substância na fase em que
o bebê começa a comer alimentos sólidos. Na análise em laboratório, os ratinhos
que suplementaram mais tarde aumentaram a expectativa de vida em apenas 10%.
Quanto
à prevenção de tumores, Liu já havia constatado, em estudos anteriores, que a
espermidina é capaz de evitar a replicação de células danificadas, processo que
leva à formação do câncer. Na nova pesquisa, as cobaias expostas ao
composto do queijo e dos cogumelos apresentaram menor incidência de lesões no
fígado e de fibrose hepática, condições que costumam causar a doença no órgão.
Mais
estudos.
Apesar
dos resultados animadores, Leyuan Liu pondera que é preciso investigar mais a
fundo os benefícios da espermidina para a redução do risco de tumores e o
aumento da longevidade. “Ainda é cedo, mas talvez um dia essa será uma nova
estratégia para prolongar o tempo de vida, prevenir e reverter a fibrose
hepática e atrasar ou até curar o câncer de fígado em humanos”, declara o
cientista.
Liu
espera que, se a suplementação de espermidina se provar segura e eficiente, ela
possa ser adicionada a produtos — assim como foi feito com ácido fólico.
“Imagine: se adicionássemos espermidina em todas as garrafas de cerveja, isso
iria equilibrar o álcool e ajudar a proteger o fígado”, afirma o pesquisador.
Segundo
o expert, o próximo passo é avaliar se os efeitos da substância são
igualmente benéficos em humanos. Até lá, não custa incluir na dieta – com a
orientação de um nutricionista, claro – os alimentos que são fonte do composto.
Vai um queijinho aí?
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