terça-feira, 2 de maio de 2017

O CELULAR ESTÁ MUDANDO A NOSSA POSTURA. OS PERIGOS DESSA PRÁTICA...

FONTE: Revista PODER de abril (http://glamurama.uol.com.br).



Praticamente uma extensão do corpo, os smartphones acabam nos obrigando a adotar outra postura – literalmente. o problema? para começar, cabeça, nuca, braços e ombros doloridos.
Quem nunca tropeçou na rua por estar checando o WhatsApp ou respondendo e-mails que atire o primeiro celular. E a febre do Pokémon Go? Mesmo quem não é adepto do “esporte” já deve ter se deparado com uma aglomeração de pessoas de cabeça baixa, teclando furiosamente. Sinal dos tempos e também um risco para a saúde. A médio e longo prazo, essa postura, que altera a curvatura natural do pescoço, provoca dores na nuca, na cabeça, nos ombros e nos braços. Em casos extremos, ou seja, permanecer várias horas por dia na mesma posição e manter esse hábito durante anos, pode provocar alterações estruturais na coluna. Esse vício postural tem até nome: text neck ou pescoço de texto, em tradução livre, termos usados em referência à posição da coluna cervical de alguém que se curva para conseguir enxergar algo na tela do celular, por exemplo.
Um jeito simples de entender como essa posição, que nada tem de fisiológica, pode ser prejudicial para a saúde é imaginar uma bola de 5 quilos (o peso médio da cabeça) espetada na ponta de um bastão flexível – ou seja, seu pescoço. Ao inclinar a cabeça para frente, você sai do eixo, sobrecarregando os músculos do pescoço. “Para se ter uma ideia, 60 graus de inclinação, que é mais ou menos o ângulo de quando estamos teclando ou olhando alguma coisa no celular, significa uma carga equivalente a 27 quilos para a musculatura do pescoço”, explica a fisioterapeuta Amélia Guiotoku, de São Paulo, citando um estudo publicado, em 2014, no Surgical Technology International Journal, periódico especializado em técnicas cirúrgicas.
NA ALTURA DOS OLHOS.
A era dos smartphones e tablets também está levando cada vez mais crianças e adolescentes ao consultório dos médicos. “Aumentou muito a incidência de dor na região cervical em faixas etárias mais jovens”, diz o ortopedista Alexandre Podgaeti, membro titular da Sociedade Brasileira de Coluna (SBC). Algumas pessoas precisam recorrer a um ortopedista, que, muitas vezes, indica o uso de medicamentos como analgésicos e/ou anti-inflamatórios, além de sessões de fisioterapia como é o caso da reeducação postural global (RPG), por exemplo. Segundo o médico, atividades físicas baseadas principalmente em exercícios de alongamento também ajudam a combater a dor e a prevenir recidivas.

Para não ter problemas, toda vez que precisar checar o WhatsApp ou os e-mails, mantenha o smartphone na altura dos olhos e faça pausas. Praticar exercícios físicos regularmente contribui para manter uma boa postura e relaxar os músculos. Movimentar a cabeça para os lados (como se estivesse dizendo “não”), para cima e para baixo (movimento do “sim”) e fazer movimentos de rotação dos ombros (nos dois sentidos) também contribui para alongar os músculos da região cervical e a evitar dores. Para os mais distraídos, vale apelar para aplicativos que fazem o celular vibrar ou emitir um bipe toda vez que o pescoço ficar em uma posição perigosa.

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