FONTE: *** Do UOL, em São Paulo (http://noticias.uol.com.br).
"É uma doença
assintomática, não dói. Com o tempo, esse nervo que leva as imagens ao cérebro,
para a gente poder enxergar, vai sendo degenerado", explica Emílio Suzuki,
secretário-geral da SBG (Sociedade Brasileira de Glaucoma). O glaucoma atinge
cerca de 3% da população brasileira acima dos 40 anos, segundo o Conselho
Brasileiro de Oftalmologia.
A doença atinge 900
mil pessoas no país, segundo dados da OMS (Organização Mundial da Saúde). A
doença é responsável, segundo estimativas do órgão, por 10% dos casos de
cegueira.
"A pessoa vai
perdendo a visão aos pouquinhos e, geralmente, a perda não é aguda, não é de
imediato. Nem é central também. É periférica e lenta. Por isso, é muito difícil
ser percebida nos estágios iniciais", diz Suzuki. Daí a importância do
diagnóstico precoce para a prevenção do glaucoma.
Ele explicou que o
nervo óptico sofre degeneração que, em geral, ocorre por aumento da pressão
ocular, e a pessoa não tem sintomas. Um dos fatores de risco para o glaucoma é
a idade. Pessoas acima de 40 anos são mais suscetíveis à doença.
O olho foi feito
para durar bem até os 40 anos. Depois dessa idade, já começa a dar alguns
sinais de fraqueza, como a visão cansada para perto."
O sistema de drenagem
ocular fica mais lento e falha com mais frequência em pessoas acima de 40 anos.
"Quarenta anos é uma idade importante para ter, pelo menos, uma consulta
básica ao oftalmologista por ano", recomendou.
O glaucoma tem também
uma característica genética e hereditária. Existe uma associação grande entre
parentes, e a chance de desenvolver a doença é mais intensa entre irmãos.
Segundo Emílio Suzuki, o fato de o pai ou a mãe ter glaucoma não condena o
filho a ter glaucoma.
"E o fato de
ninguém ter na família também não exclui você da possibilidade de aparecer. Mas
os casos familiares te colocam no grupo de risco maior". A incidência de
glaucoma entre irmãos é, às vezes, de seis a nove vezes maior do que em uma pessoa
que não tem ninguém na família.
O governo brasileiro
tem um programa de assistência aos portadores de glaucoma. Quase 500 mil
pessoas cadastradas no programa recebem remédios de graça, destacou o
especialista.
Hipertensos e diabéticos
devem estar mais atentos.
Têm mais chance ainda
de desenvolver a doença os hipertensos e diabéticos, que apresentam muitas
vezes problemas de vascularização do nervo óptico, além dos afrodescendentes.
Em relação a esses
últimos, Suzuki disse que ocorre no mundo inteiro maior chance de os
afrodescendentes terem glaucoma mais agressivo e avançado. No Brasil, a
miscigenação da população aumenta a incidência da doença. Não se sabe ainda a
razão de indivíduos da raça negra terem glaucoma, mas estima-se que é um fator
ligado à genética. Por isso, a raça negra funciona como um fator de alerta e
influencia muito no diagnóstico, afirmou.
A única maneira de
descobrir o glaucoma é o médico oftalmologista, porque não é só a pressão do
olho que está envolvida. No início da doença, não há sintomas. Crises de
glaucoma agudo, em casos esporádicos e raros, podem deixar o olho vermelho.
Suzuki esclareceu,
entretanto, que a vermelhidão do olho é sinal de uma gama infinita de doenças.
"Pode ser uma simples irritação, uma conjuntivite, uma úlcera de córnea,
uma uveíte. Por isso é o médico que vai saber se é glaucoma ou não. De maneira
geral, não é".
Exames periódicos.
Segundo o
oftalmologista Eduardo Mariotonni, da Rede Dr. Consulta, o exame de rotina é
importante porque a maioria dos pacientes com glaucoma não sente nada até que a
doença esteja avançada.
"Quando o médico
descobre no início, antes de o paciente ter qualquer sintoma, o tratamento é
mais fácil e com mais chance de dar certo", afirmou. Segundo ele, a visão
perdida devido ao glaucoma não pode ser recuperada, mas a doença pode ser
controlada, diminuindo a pressão do olho como uso de medicamentos.
Por isso, a
recomendação é que sejam feitos exames periódicos com um médico oftalmologista.
O tratamento, segundo o Ministério da Saúde, pode variar de acordo com o caso
detectado: desde o uso de colírios até cirurgias. Quando os exames preventivos
não são realizados, a doença pode avançar silenciosamente e causar cegueira.
A OMS lembra que, a
cada ano, são registrados 2,4 milhões de novos casos de glaucoma no mundo.
*** Com informações da Agência Brasil.
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