terça-feira, 9 de maio de 2017

USO EXAGERADO DE VIAGRA E LEVITRA PODEM LEVAR À MORTE...

FONTE: Yuri Abreu, TRIBUNA DA BAHIA.


Entre 2009 e 2014, de acordo com dados do Ministério da Saúde, o Brasil registrou cerca de 60 mil internações por conta da automedicação.


Entre 2009 e 2014, de acordo com dados do Ministério da Saúde, o Brasil registrou cerca de 60 mil internações por conta da automedicação – que é o ato de se consumir medicamentos sem a prescrição médica. Do grupo de homens que fez parte desse levantamento, 10% fizeram o uso esporádico dos chamados estimulantes sexuais como Viagra, Cialis e Levitra, também sem ter passado por um especialista antes.
Chama a atenção, neste sentido, um estudo feito pelo Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade (ICTQ). A pesquisa foi realizada em 16 capitais brasileiras e ouviu 2.340 pessoas em todas as regiões do país. Segundo os dados, Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, lidera o levantamento, com 38% dos entrevistados terem afirmado que usam algum tipo de estimulante sexual de forma recreativa.
Em quinto lugar no ranking nacional e primeiro na Região Nordeste, 11% dos homens que vivem no Recife, em Pernambuco, afirmaram utilizar medicações como Viagra, Cialis e Levitra como forma de melhorar o desempenho sexual sem antes terem passado por um consultório médico. No geral, ainda de acordo com o estudo, dos que fazem uso de forma irresponsável, 56% pertencem às classes sócias A ou B, 38% têm idade a partir dos 56 anos e outros 15% têm menos de 40 anos.
De acordo com o urologista e diretor da Clínica do Homem, Francisco Costa Neto, é importante que os homens, antes de utilizarem qualquer medicamento que tenham a finalidade de melhorar o desempenho sexual, passem por um consultório médico. “É necessário que se faça um diagnóstico do que está provocando a disfunção erétil. A questão da automedicação é que a de que esse ato, associado com outra medicação pode gerar sérios problemas como infartos e até mesmo levar a morte”, alertou.
Esse consumo desmedido, e até algumas vezes exagerado destes medicamentos tem também como conseqüências a queda de pressão brusca, que pode levar a desmaios e ao usuário ter uma síncope, além de insuficiência renal. Em algumas situações, aí levando em conta o fator psicológico, o usuário acredita que só vai ter a ereção se tomar o remédio e, em outros casos, ter de tomar doses maiores da medicação para acabar tendo o mesmo efeito. “As drogas são seguras, mas tudo tem que ser acompanhado pelo médico responsável”, afirmou Costa Neto.
CAUSAS.
Segundo o especialista, são três as principais causas que levam a disfunção erétil: problemas vasculares ou hormonais, psicogênicas e medicamentosas. Nestas situações, os tratamentos são diferenciados. “Se o problema for vascular, podem ser utilizados medicamentos injetáveis ou a colocação de próteses. Se a questão for hormonal, uma reposição de hormônios pode ajudar. Por último, na parte psicogênica, um acompanhamento com um psicoterapeuta, aliado a utilização de estimulantes, pode ajudar o paciente a perder do medo de não ter uma ereção satisfatória”, comentou.
Para o urologista, se bem acompanhado por um especialista, o homem que venha a ter disfunção erétil pode ter seus problemas resolvidos não apenas nesta, mas também em outras deficiências, como a melhora no fluxo da urina, na expulsão dos cálculos renais ou em algum tipo de cardiopatia grave que possa inibir a ereção. “Para muita gente, é um verdadeiro fantasma não ter uma ereção normal”, pontuou.

Por outro lado, é necessário que a população masculina seja melhor informada sobre os riscos de se consumir estimulantes sexuais sem a devida orientação médica. Em Salvador, é muito fácil encontrar substâncias deste tipo sendo vendidas, inclusive, em feiras e locais de comércio popular, como o Pramil, que é uma droga falsificada. “A disfunção tem que ser cuidada e as pessoas têm que ter a noção de que a vida dele é mais cara do que qualquer remédio que se encontra com facilidade na rua. Penso que as agências de controle junto com os farmacêuticos precisam se unir e realizar campanhas educativas para alertar ao cidadão desse problema”, disse o urologista.

Nenhum comentário:

Postar um comentário