Atire
o primeiro despertador quem nunca arrumou uma razão para ignorar o treino e
dormir mais uma horinha: o stress do trabalho pesa,
aquela dorzinha da corrida do fim de semana se manifesta,
a bolha no pé existe, está
frio… Tudo muito válido! Tão válido que é preciso foco para sair de debaixo das
cobertas. Olha, tem dias em que é melhor ficar por lá mesmo! Sim, exercício faz
bem, mas, em algumas situações, o organismo precisa de uma pausa.
Ao
contrário do que você imagina, reconhecer e respeitar isso vai favorecer seu
desempenho – afinal, você não quer correr o risco de ter de passar muito mais
tempo de molho por causa de uma doença ou de uma lesão. Então considere ficar em
casa quando tem…
1.
Gripe ou resfriado.
Se
você está toda “endubida”, acredite, vai faltar ar no treino. Além disso, o
corpo precisa poupar energia para combater a infecção. “Gripe e resfriado costumam se
curar sozinhos, mas o repouso evita complicações, como uma pneumonia”, alerta a
infectologista Camila Martini, de São Paulo. “Retome as atividades mais
intensas aos poucos, até duas semanas depois do fim de sintomas como febre e
falta de ar.” Até lá, prefira exercícios que não a deixem ofegante, e feitos em
locais com boa circulação de ar – você não quer deixar os colegas da academia
gripados também, né?
2.
Dor nas costas.
Você
acordou e travou! Pode ser culpa da má postura ou da carga exagerada na
musculação. “Quando sobrecarregamos a musculatura ao redor
da coluna, o corpo responde
com enrijecimento e dor”, explica o ortopedista Bruno Rabello, do Rio de
Janeiro. Normalmente esse processo inflamatório se resolve sozinho em poucos
dias. Nesse período, repouso e compressas quentes no local oferecem algum
alívio. “Alongar não ajuda a curar a lesão e pode, inclusive, piorá-la”, alerta
Bruno.
3.
Insônia.
Não
sinta culpa: cansaço é bem diferente de
preguiça – e até
a preguiça, às vezes, faz parte. “As pessoas devem
dormir, em média, de sete a oito horas por noite. E o sono precisa ser de
qualidade – quando você acorda recuperada”, explica
o endocrinologista Wilmar
Accursio, de São Paulo. Se isso não ocorre por alguns dias, os músculos ficam
fatigados e os reflexos mais lentos,
e há risco de lesões e perda de massa magra.
Achar
que exercícios vão deixar você cansada e fazer
o sono chegar mais rápido é um engano. “Treinos intensos
liberam adrenalina – resultado: corpo acelerado. Em períodos de insônia, opte por atividades
relaxantes,
e nunca
depois das 20 horas.”
4.
Ressaca.
Uma
ou duas taças de vinho na noite anterior não
são álibi para matar o treino da manhã. Já se você exagerou na despedida de
solteira da melhor amiga, não vá malhar pensando em queimar de uma só vez todas
as calorias dos drinques. “Álcool é diurético, e o
excesso de urina leva à desidratação e à perda de minerais importantes (como
cálcio e magnésio) que regulam as contrações musculares”, explica Wilmar.
Além
disso, a bebida bagunça nossas reservas de açúcar. “Os músculos têm menos
matéria-prima para fabricar energia e a fraqueza bate. É bem capaz que você
termine o treino se sentindo ainda pior do que estava antes.” Prefira descansar
e beber muuuita água.
5.
Dor de cabeça.
A
cabeça lateja só de pensar na música alta bombando na academia? Melhor mudar
seus planos do dia. A atividade física tende a piorar (e muito) uma cefaleia. Principalmente se você apostar nas modalidades em
que pula, agacha e sobe ou fica muito ofegante – a dilatação dos vasos
sanguíneos aumenta aquela pulsação incômoda. Mais: malhar baixa o nível de
glicose no sangue e pode desidratar o corpo, dois gatilhos bem comuns
de enxaqueca.
“Se
não quiser ficar parada, prefira fazer um aeróbico bem leve, como uma
caminhada ou um passeio de bicicleta em um lugar sossegado. Isso estimula a
circulação no cérebro, relaxa e pode até aliviar
a dor”, explica o neurologista Marcus Paulo de Souza, de
São Paulo.
6.
Cólica menstrual.
A
gente entende que você prefira ficar quietinha quando a dor bate. “Mas só
desaconselho atividades físicas para quem tem muito sangramento na menstruação, porque ele pode
aumentar”, diz a ginecologista Célia David, de
São Paulo. Em geral, quem sofre com cólicas se beneficia
de práticas de alongamento e relaxamento. “A dor acontece porque há contrações
no útero. Exercícios que estimulam a musculatura da bacia aliviam o incômodo.”
Aproveite para experimentar a aula de pilates ou ioga.
7.
Diarreia ou vômito.
Pouco
importa o motivo – se foi uma doença gastrointestinal causada por vírus, bactérias
ou só um alimento que não caiu bem –, a diarreia e o vômito levam à perda
intensa de água. “E os exercícios intensificam
a desidratação rapidamente”, alerta Camila. Por uma
semana, falte ao treino para ficar em casa (bem pertinho do seu banheiro!) e
beba muita água para se hidratar.
“O sistema imunológico necessita
desse descanso para combater as causas da doença.”
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