FONTE: *** Heloisa Noronha, Colaboração para o
UOL, (http://estilo.uol.com.br).
É comum achar que a sexualidade feminina é mais
difusa, misteriosa e calcada em detalhes. A masculina, por outro lado, é tida
como óbvia, simples, fácil de decifrar. Não é bem assim. Primeiro, porque
nenhum cara é igual ao outro. Segundo, porque séculos de educação machista
serviram para reprimir vontades, disfarçar desejos e incutir um jeito meio
padrão de agir, que nem sempre corresponde à realidade.
Vamos a alguns fatos:
1. As emoções afetam, sim, o
desejo deles.
Sentimentos de perda, tristeza ou vivenciar uma
grande frustração podem deixar o homem completamente desligado do desejo sexual. Por outro lado, uma grande
ansiedade devido a alguma experiência nova costuma tornar muitos sujeitos mais
acelerados, propensos a lançar mão do sexo (inclusive o solitário) como válvula
de escape. Os homens são tão emotivos quanto as mulheres. A questão é que,
desde cedo, foram ensinados a não abrir seus sentimentos. A cultura machista
encara a emoção masculina como fraqueza e inferioridade. Equívoco que,
ainda que a passos lentos, felizmente vem sendo combatido.
2. Quanto mais
"empoderados" alguns querem parecer, mais vulneráveis estão se
sentindo.
A necessidade de elogios, curtidas nas redes
sociais, atenção para se sentirem amados e satisfeitos e, em alguns casos,
quantidade em vez de qualidade nos relacionamentos, podem ser tentativas de
camuflar a insegurança. Em encontros, principalmente, muitos caras contam
vantagens ou falam apenas de si para disfarçar um baita medo de rejeição.
Nem sempre essas atitudes são conscientes e, claro, não são exclusividade dos
homens.
3. Perdem a ereção por medo da
mulher.
Isso ocorre quando acham a garota gostosa demais,
muita areia para o caminhãozinho deles ou há tempos querem levá-la para a cama.
Brochar é resultado da chamada "ansiedade por temor de desempenho":
a vontade de satisfazer a mulher é tão intensa que, infelizmente, naquele
momento, a relação ficará pendente. Homens, de modo geral, são ansiosos no
sexo, principalmente porque acreditam que devem mandar bem na performance. Baseiam-se na velha ideia
machista de que homem não dispensa uma transa. A exigência masculina vem
acompanhada de expectativas e idealizações que sufocam, angustiam e, óbvio,
brocham.
4. Nem todos querem fazer sexo
anal.
A prática foi "fetichizada" e, para
muitos caras, é uma espécie de "prêmio" ou "presente"
concedido pela mulher. Só que a vontade não é uma unanimidade masculina, não.
Segundo especialistas, muitos revelam sentir desconforto e até dor. Muitos não
querem forçar a parceira a fazer algo que elas não desejam, enquanto outros simplesmente
não consideram a prática excitante. E tudo bem, pois o importante é ter
liberdade de fazer aquilo que seja confortável sem seguir padrões e normas.
5. Gostam de dormir de conchinha.
Ou até mais que elas, sabia? Uma pesquisa do Kinsey
Institute (EUA) concluiu que homens que dormem mais vezes abraçadinhos com suas
parceiras tendem a ter relacionamentos mais felizes. E isso sem a menor
intenção sexual: a satisfação é simplesmente pelo prazer de ficar junto,
trocar beijos e carinhos. O vínculo e a intimidade, segundo consta, se
fortalecem.
6. O tamanho do pinto não é a
única preocupação "corporal".
Muitos ainda acreditam que, quanto maior o pinto,
maior a satisfação feminina. E sofrem por
considerar seu pênis pequeno. Porém, muitos sentem-se inseguros quanto ao
próprio corpo e vivem a servidão da estética. A masculinidade,
infelizmente, ainda é associada com virilidade, músculos e força. Só que isso
acontece mais na cabeça deles do que entre as mulheres, que valorizam mais as
ações, as atitudes e as sensações que sentem em relação ao parceiro entre
quatro paredes do que uma barriga tanquinho ou um bíceps aditivado.
7. Se masturbam muitas vezes
pensando na própria parceira.
E não em qualquer celebridade sexy que mexe com as
fantasias masculinas. Alguns caras se animam a valer mesmo quando lembram de
cenas quentes vividas recentemente, como a namorada de quatro no motel ou a
manobra diferente que ela fez com a língua durante o sexo oral. Outros, usam a
masturbação como gatilho para certas fantasias que pretendem colocar em prática
com a parceira, em breve.
8. Querem que a mulher os guie.
Alguns homens sentem timidez em tomar a iniciativa
de propor fantasias, sugerir posições ou perguntar as preferências da parceira.
Por isso, quanto mais a mulher se soltar, demonstrar e direcionar o par para
os pontos onde sentem prazer, mais eles se sentirão seguros e se empenharão
em corresponder às expectativas.
*** FONTES: Breno Rosostolato, psicólogo e
educador sexual, de São Paulo (SP); Carla Ribeiro, psicóloga clínica e
hospitalar especializada em saúde masculina, do Rio de Janeiro (RJ), e Paulo
Tessarioli, presidente da Abrasex (Associação Brasileira dos Profissionais de
Saúde, Educação e Terapia Sexual).
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