FONTE: , Ciaran Dunbar - Da BBC News em Belfast, (http://noticias.uol.com.br).
Cientistas na Irlanda
do Norte afirmam ter desenvolvido um tratamento de regeneração dental que usa o
ácidoacetilsalicílico, substância comercialmente conhecida como aspirina.
Pesquisadores da
Universidade Queen's, em Belfast, usaram o produto para estimular
células-tronco nos dentes, o que aumentou o potencial de regeneração. Eles
acreditam que o tratamento com aspirina pode resultar em menos cáries e
obturações no futuro.
Na Irlanda do Norte,
72% dos adolescentes de 15 anos tinham cáries em 2016, de acordo com um estudo
da Associação Odontológica Britânica.
Nossos dentes têm
capacidade limitada de regeneração. Produzem uma camada fina de dentina, logo
abaixo do esmalte, se a polpa dental é exposta, mas não conseguem consertar uma
grande cavidade.
É por isso que
dentistas usam obturações, que podem necessitar de substituição várias vezes
durante a vida do dente.
Mas Ikhlas El Karim,
professora da Faculdade de Medicina da Queen's University, cujas pesquisas
giram em torno do uso de células-tronco, diz ter descoberto que a aspirina
"turbina" essas células no processo de regeneração.
"Temos a
esperança de desenvolver um tratamento que dê aos dentes a capacidade de fazer
esses reparos. Mas isso será gradual, não é imediatamente que não precisaremos
mais de obturações", explica a cientista.
Depois de analisar
dados de pesquisas anteriores, a equipe da Queen's University usou aspirina
líquida sobre células-tronco em uma placa de Petri e diz ter encontrado
"evidências materiais e genéticas de que isso produziu dentina".
Mas, segundo Ikhlas,
o próximo passo é descobrir um método para aplicar a aspirina no dente de forma
adequada.
"Precisamos
colocar o produto (no dente cariado) de forma que possa ser liberado durante um
longo período de tempo. Se simplesmente colocarmos aspirina em uma cárie hoje,
ela será facilmente lavada."
"Não estamos
encorajando esse uso simplório, mas sim o de um produto final para ser usado
por um dentista, não um paciente", acrescenta a cientista.
Mas Ihklas ressalta
que o fato de a aspirina já ser uma droga disponível no mercado ajudará o
desenvolvimento de um tratamento.
"Não
precisaremos de 10 ou 20 anos para fazer testes clínicos. Há imenso potencial
para mudarmos a forma como abordamos um dos maiores desafios odontológicos que
temos."
"E esse método
não só aumenta a sobrevivência dos dentes, mas pode resultar em uma imensa
economia para sistemas de saúde pública ao redor do mundo."
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