FONTE: Do UOL, em São Paulo, (http://noticias.uol.com.br).
Você se considera um
motorista atento? Tem certeza? Isso porque não é nada fácil manter a atenção total
ao volante, especialmente nas rotas corriqueiras e naqueles momentos de cansaço
físico. É o que aponta um estudo americano sobre mente divagante -- os momentos
de distração e imaginação solta -- publicado na revista científica
"Frontiers in Human Neuroscience".
Pesquisadores
norte-americanos investigaram o quão frequente são esses momentos de distração
e fuga durante uma simulação de direção, bem como a possibilidade de mudanças
históricas nos padrões cerebrais para uma mente divagante.
Conectados a um
sistema de monitoramento eletrofisiológico --para medir a atividade elétrica do
cérebro --, voluntários foram colocados frente a frente a um simulador de
carro. Por cinco dias seguidos, os participantes completaram duas simulações de
20 minutos por uma rodovia reta e a uma velocidade constante para simular uma
viagem de ida e volta ao trabalho.
"Descobrimos que
durante a condução simulada, as mentes das pessoas vagam muito - cerca de 70%
do tempo", afirma Carryl Baldwin, pesquisadora da Universidade George
Mason.
Segundo o estudo, a
mente dos participantes era mais propensa a vagar no segundo impulso da
simulação, ou seja, o caminho para casa após o trabalho. E os
"motoristas" se mantiveram conscientes dessa distração em apenas 65%
do tempo.
Os cientistas também
puderam detectar diretamente os estados de mente divagante na atividade
cerebral dos voluntários. "Nós conseguimos detectar períodos de mente
vagando através de padrões eletrofisiológicos distintos, alguns dos quais
indicavam que os motoristas provavelmente eram menos receptivos aos estímulos
externos", diz Baldwin.
Mas o que tudo isso
quer dizer? A mente errante é perigosa? Podemos controlá-la? "A mente
errante pode ser uma parte essencial da existência humana e inevitável. Pode
ser uma maneira de restaurar a mente depois de um longo dia de trabalho",
explica a pesquisadora.
"O que ainda não
temos certeza é quão perigoso é [a mente divagante] durante a condução.
Precisamos de pesquisas adicionais para descobrir isso", acrescenta.
"Em termos de melhoria da segurança no futuro, uma opção pode ser o
sistema de transporte autônomo, como autocondução de carros, que permitem que a
mente das pessoas vagueie quando é seguro fazê-lo".
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