FONTE: Lucas Borges Teixeira, Colaboração para o UOL, (http://noticias.uol.com.br).
Um homem de 54 anos
morreu depois de passar por um procedimento cirúrgico caseiro feito pelo filho
em Itajubá, interior de Minas Gerais, no último domingo (17). Médicos
aconselharam o jovem a chamar a emergência e não fazer nenhuma intervenção
invasiva, mas o adolescente usou ferramentas que tinha em casa para realizar a
cirurgia.
Por volta das 7h do
domingo, José Del Ducca Ribeiro sofreu um ataque de asma quando estava em casa
com o filho. De acordo com o depoimento prestado à polícia, o adolescente de 17
anos contou que ajudou o pai a se medicar, mas ele não melhorou.
O filho tentou,
então, uma massagem cardíaca. Também sem sucesso. O passo seguinte foi fazer
uma traqueostomia, procedimento cirúrgico que consiste na abertura de um buraco
na traqueia para a passagem de ar por meio de um tubo.
De acordo com a
Polícia Civil, o jovem pegou caneta, chaves-de-fenda, faca de serra e outras
ferramentas para fazer o procedimento dentro de casa. Mas não houve sucesso.
Quando o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) chegou ao local,
Ribeiro já estava morto.
O filho foi encaminhado
à delegacia e liberado depois de prestar depoimento. A polícia informa que as
investigações ainda estão em andamento.
Ligue para a
emergência e aguarde.
Especialistas
aconselham a nunca fazer qualquer procedimento cirúrgico em ambiente caseiro. "Traqueostomia
é uma intervenção cirúrgica invasiva e eletiva, ou seja, tem de ter
programação", afirma Ernann Tenório de Albuquerque, médico intensivista e
cirurgião vascular. "De forma alguma deve ser feita fora do
hospital."
De acordo com o
cirurgião, a traqueia tem uma relação íntima com partes importantes do pescoço,
que afetam todo o funcionamento do corpo. "Uma lesão nas estruturas
vasculares e nervosas pode acarretar em diversas consequências, como morte por
hemorragia."
Em caso de
insuficiência respiratória, Albuquerque aconselha a ligar para a emergência e
inclinar o queixo do lesionado para trás. "Se ver que não ajudou, pode
fazer respiração boca a boca, mas nunca nenhum tipo de intervenção invasiva,
por causa dos riscos."
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