quarta-feira, 20 de setembro de 2017

HOMEM MORRE APÓS FILHO REALIZAR TRAQUEOSTOMIA CASEIRA EM MG...

FONTE: Lucas Borges Teixeira, Colaboração para o UOL, (http://noticias.uol.com.br).



Um homem de 54 anos morreu depois de passar por um procedimento cirúrgico caseiro feito pelo filho em Itajubá, interior de Minas Gerais, no último domingo (17). Médicos aconselharam o jovem a chamar a emergência e não fazer nenhuma intervenção invasiva, mas o adolescente usou ferramentas que tinha em casa para realizar a cirurgia.

Por volta das 7h do domingo, José Del Ducca Ribeiro sofreu um ataque de asma quando estava em casa com o filho. De acordo com o depoimento prestado à polícia, o adolescente de 17 anos contou que ajudou o pai a se medicar, mas ele não melhorou.

O filho tentou, então, uma massagem cardíaca. Também sem sucesso. O passo seguinte foi fazer uma traqueostomia, procedimento cirúrgico que consiste na abertura de um buraco na traqueia para a passagem de ar por meio de um tubo.

De acordo com a Polícia Civil, o jovem pegou caneta, chaves-de-fenda, faca de serra e outras ferramentas para fazer o procedimento dentro de casa. Mas não houve sucesso. Quando o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) chegou ao local, Ribeiro já estava morto.

O filho foi encaminhado à delegacia e liberado depois de prestar depoimento. A polícia informa que as investigações ainda estão em andamento.

Ligue para a emergência e aguarde.
Especialistas aconselham a nunca fazer qualquer procedimento cirúrgico em ambiente caseiro. "Traqueostomia é uma intervenção cirúrgica invasiva e eletiva, ou seja, tem de ter programação", afirma Ernann Tenório de Albuquerque, médico intensivista e cirurgião vascular. "De forma alguma deve ser feita fora do hospital."

De acordo com o cirurgião, a traqueia tem uma relação íntima com partes importantes do pescoço, que afetam todo o funcionamento do corpo. "Uma lesão nas estruturas vasculares e nervosas pode acarretar em diversas consequências, como morte por hemorragia."


Em caso de insuficiência respiratória, Albuquerque aconselha a ligar para a emergência e inclinar o queixo do lesionado para trás. "Se ver que não ajudou, pode fazer respiração boca a boca, mas nunca nenhum tipo de intervenção invasiva, por causa dos riscos."

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