Anúncio foi dado pelo Papa
Francisco, na quinta- feira (21).
O papa Francisco anunciou ontem
(21) que um religioso efetivamente condenado por abuso sexual contra um menor
de idade não poderá apresentar recurso e jamais terá a graça concedida.
O pontífice fez este anúncio ao
receber os membros da Pontifícia Comissão para a Tutela dos Menores, organismo
criado por ele há quatro anos para trabalhar pela educação e prevenção de
abusos dentro Igreja Católica. A informação é da EFE.
Francisco, que tinha um discurso
escrito, deixou o protocolo de lado para falar de improviso sobre algumas das
preocupações e acusações de atraso que surgiram sobre como a Igreja está enfrentando
o problema e reconheceu que existe lentidão na hora de analisar os muitos casos
que chegam.
Segundo o papa, os atrasos se
devem a dois fatores: falta de pessoal e os vários pedidos de recurso. "Os
advogados trabalham para tentar diminuir a pena, porque é disso que os
advogados vivem", explicou o pontífice, lembrando que então todos os
aspectos legais são analisados novamente, provocando mais atraso.
Diante disso, Francisco anunciou
que está trabalhando para que quando um abuso for provado, isso será suficiente
para não admitir recurso."Se há provas, ponto. (A sentença) é
definitiva", declarou.
Para Francisco, uma pessoa que
comete um abuso é "doente" e não pode ser perdoada porque pode voltar
a cometer o mesmo crime dentro de pouco tempo. "Temos que botar na cabeça
que é uma doença", afirmou ele, reiterando a "tolerância zero contra
os abusos".
Durante o seu discurso, o papa
citou o árduo trabalho da Comissão e disse que a Igreja demorou a "tomar
consciência" sobre este problema. Entre as pessoas que ouviram as palavras
de Francisco estavam o inglês Peter Saunders e a irlandesa Marie Collins, que
sofreram abusos sexuais de padres durante a infância.
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