Um dos maiores dilemas
no tratamento do diabetes tipo 2 ainda
é conseguir controlar a glicose no sangue. Essa é a função básica de qualquer
plano terapêutico e, claro, dos medicamentos lançados com essa finalidade. Mas,
no século 21, temos outros objetivos desafiadores que acompanham esse primeiro.
Se pudéssemos congregar todos eles numa frase só, daria pra dizer que a grande
missão é domar a glicose e, ao mesmo tempo, reduzir o peso, oferecer baixíssimo risco de hipoglicemia e
ainda oferecer segurança do ponto de vista cardiovascular.
E se todas essas
vantagens pudessem ser oferecidas por meio de um único remédio? Pois é com essa
meta que chega ao Brasil um novo tratamento para o diabetes tipo 2, o
medicamento semaglutida.
Outro atrativo para o
paciente é a frequência de aplicação: semanalmente. A ideia, claro, é facilitar
a adesão e o uso correto no dia a dia. Mas há um detalhe importante em sua
forma de administração: trata-se de uma medicação injetável. Ela é aplicada via
subcutânea por uma caneta, num processo semelhante ao da insulina.
Obviamente, a indicação
do medicamento (assim como qualquer outro) deve ser feita somente após consulta
com o médico. Os efeitos adversos não são comuns, mas o que mais se destaca são
as náuseas. Por isso, a dose da semaglutida deve ser aumentada gradualmente até
se atingir o ideal para cada paciente. Na prática, parece que o fato de se
apresentar náusea faz com que o paciente perca ainda mais peso.
Ainda que o fármaco
seja de aplicação semanal, o desafio é manter seu uso continuamente — recado
que vale para qualquer medicamento contra o diabetes. E o ponto é que, por ser
injetável, sabemos que pacientes tendem a abandonar o tratamento
prematuramente. O abandono da terapia, não custa lembrar, eleva os valores da
glicose no sangue e piora o controle do diabetes, aumentando o risco de
sequelas a longo prazo.
É preciso ressaltar que
a semaglutida não se destina puramente à perda de peso. Ela é, sim, uma arma
para tratar o diabetes tipo 2 e que possui um bônus de promover o emagrecimento.
Outros estudos estão em andamento para avaliar segurança e eficácia do
medicamento para o tratamento da obesidade no futuro.
Em suma, a chegada
desse remédio enriquece nosso arsenal de opções contra o diabetes tipo 2, o que
deve melhorar ainda mais o controle da condição e a qualidade de vida dos
pacientes. Só vale recordar que medicações não operam milagres. Mesmo as mais
modernas não nos eximem de fazer nossa parte, isto é, cuidar da saúde, se
alimentar direito, fazer atividade física.
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