sábado, 23 de novembro de 2019

COM QUE FREQUÊNCIA PRECISO REFAZER EXAMES DE GRAU E TROCAR DE ÓCULOS?...



Mesmo aqueles que nunca usaram óculos devem se consultar uma vez ao ano.

São Paulo- De acordo com o IBGE, cerca de 35 milhões de pessoas —19% da população— têm algum tipo de deficiência visual. O uso de óculos é realidade e faz parte do dia a dia de muitos desses brasileiros e essas condições podem evoluir. Como saber, então, quando e com qual frequência se deve fazer exames de vista ou trocar de óculos?

Segundo José Augusto Alves Ottaiano, presidente do Conselho Brasileiro de Oftalmologia, a orientação médica é para que exames de vista sejam realizados anualmente na maior parte dos casos de miopia, astigmatismo, hipermetropia e presbiopia.

            

Entretanto, existem exceções. Os míopes, por exemplo, precisam ficar atentos aos sinais de que o seu grau aumentou. “A miopia demanda mais atenção porque tende a se desenvolver até os 18 ou 20 anos, se mesmo dentro do intervalo de um ano [entre uma consulta e outra] o paciente perceber variações nas condições básicas, recomendamos visitar um oftalmologista”, explica Ottaiano.

As mudanças nas condições básicas citadas por Ottaiano são alterações de percepção do próprio paciente, como a evolução natural do grau, baixa visão ou dificuldade para enxergar em atividades que antes eram comuns, como assistir televisão, ler e estudar.

O especialista diz ainda que mesmo aqueles que nunca precisaram usar óculos também deveriam consultar oftalmologistas uma vez ao ano.

“Dentro da oftalmologia, a oportunidade de avaliar o paciente a cada 12 meses não se restringe ao uso do óculos, a medida do grau é apenas uma parte da consulta. Nelas é possível avaliar a pressão ocular e o fundo de olho, por exemplo”, diz.

Exames de fundo de olho podem ser úteis para a detecção de doenças sistêmicas como diabetes, e infecciosas, como a tuberculose e aids. Ottaiano afirma que um grande número de doenças se manifesta através de exames oftalmológicos. “Não é incomum descobrirmos diabetes em pacientes por exames dos olhos. Não são todos os diabéticos, entretanto, que têm alteração no fundo de olho, mas cerca de 40% apresentam a condição em algum momento”, ressalta.

Além disso, o médico alerta que é importante que crianças com idade inferior a sete anos passem por consultas oftalmológicas, pois até essa idade os olhos ainda estão em desenvolvimento e alterações na visão podem ser desaceleradas e até mesmo revertidas.

“Depois dos sete anos as crianças já não respondem mais a esses tratamentos. O olho cresce, em tamanho, até três ou quatro anos, e se desenvolve até sete, no máximo oito anos. A preferência é abordar crianças em idade pré-escolar. Grande parte delas podem ter restrição do desenvolvimento cognitivo por não haver correção adequada da visão, por falta de um óculos.”

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