FONTE:, https://www1.folha.uol.com.br/
Mesmo
aqueles que nunca usaram óculos devem se consultar uma vez ao ano.
São Paulo- De acordo
com o IBGE, cerca de 35 milhões de pessoas —19% da população— têm algum tipo de
deficiência visual. O uso de óculos é realidade e faz parte do dia a dia de
muitos desses brasileiros e essas condições podem evoluir. Como saber, então, quando
e com qual frequência se deve fazer exames de vista ou trocar de óculos?
Segundo José Augusto
Alves Ottaiano, presidente do Conselho Brasileiro de Oftalmologia, a orientação
médica é para que exames de vista sejam realizados anualmente na maior parte
dos casos de miopia, astigmatismo, hipermetropia e presbiopia.
Entretanto, existem
exceções. Os míopes, por exemplo, precisam ficar atentos aos sinais de que o
seu grau aumentou. “A miopia demanda mais atenção porque tende a se desenvolver
até os 18 ou 20 anos, se mesmo dentro do intervalo de um ano [entre uma
consulta e outra] o paciente perceber variações nas condições básicas,
recomendamos visitar um oftalmologista”, explica Ottaiano.
As mudanças nas
condições básicas citadas por Ottaiano são alterações de percepção do próprio
paciente, como a evolução natural do grau, baixa visão ou dificuldade para
enxergar em atividades que antes eram comuns, como assistir televisão, ler e
estudar.
O especialista diz
ainda que mesmo aqueles que nunca precisaram usar óculos também deveriam
consultar oftalmologistas uma vez ao ano.
“Dentro da
oftalmologia, a oportunidade de avaliar o paciente a cada 12 meses não se
restringe ao uso do óculos, a medida do grau é apenas uma parte da consulta.
Nelas é possível avaliar a pressão ocular e o fundo de olho, por exemplo”, diz.
Exames de fundo de olho
podem ser úteis para a detecção de doenças sistêmicas como diabetes, e
infecciosas, como a tuberculose e aids. Ottaiano afirma que um grande número de
doenças se manifesta através de exames oftalmológicos. “Não é incomum
descobrirmos diabetes em pacientes por exames dos olhos. Não são todos os
diabéticos, entretanto, que têm alteração no fundo de olho, mas cerca de 40%
apresentam a condição em algum momento”, ressalta.
Além disso, o médico
alerta que é importante que crianças com idade inferior a sete anos passem por
consultas oftalmológicas, pois até essa idade os olhos ainda estão em
desenvolvimento e alterações na visão podem ser desaceleradas e até mesmo
revertidas.
“Depois dos sete anos
as crianças já não respondem mais a esses tratamentos. O olho cresce, em
tamanho, até três ou quatro anos, e se desenvolve até sete, no máximo oito
anos. A preferência é abordar crianças em idade pré-escolar. Grande parte delas
podem ter restrição do desenvolvimento cognitivo por não haver correção
adequada da visão, por falta de um óculos.”
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