sábado, 2 de novembro de 2019

REUMATISMO AFETA MAIS MULHERES, MAS HOMENS E CRIANÇAS PODER SER ACOMETIDOS...



Lúpus, Artrite Reumatoide, Espondilite Anquilosante e Artrite pela Psoríase fazem parte desta categoria.

            
O reumatismo é um termo genérico, e mais comum, utilizado para definir cerca de 300 doenças diferentes, de origem não traumática, que atacam, sobretudo, as articulações, músculos, ligamentos, tendões, mas também são doenças em que o sistema imunológico está envolvido por isso podem em alguns casos acometer outros órgãos do corpo como pulmão, rins e coração por exemplo.

Por isso é mais correto falar em doenças reumáticas. As causas de algumas destas doenças ainda não são totalmente conhecidas, mas a predisposição genética e a idade, entre outros fatores, podem aumentar as chances de desenvolvimento.

Os sintomas variam de acordo com cada caso, mas, no geral, alguns sinais devem ser considerados para o diagnóstico, como dor e inchaço nas articulações, aumento da temperatura local e vermelhidão, rigidez da articulação no período da manhã, perda de peso, fadiga, deformidade articular e fraqueza muscular.

Essas doenças são causadas pela inflamação persistente das articulações, que quando não tratada de forma adequada, pode levar à destruição das juntas causando um impacto muito grande na saúde, no aspecto social e psicológico do paciente.

Elas causam dor, podendo levar a restrições das atividades diárias, deformidades e deterioração física e até incapacidade funcional. Alguns pacientes não conseguem trabalhar e podem inclusive pedir aposentadoria por invalidez. Há doenças que são mais frequentes em homens e outras em mulheres.

Muitas dessas doenças não têm suas causas completamente conhecidas e o tratamento é realizado para melhorar a qualidade de vida, pois em sua maioria não tem cura. “É muito importante que as pessoas busquem informações e o diagnóstico precoce evita o agravamento das doenças e melhora, em muito, a qualidade de vida.

"Muitas pessoas acham que as doenças reumáticas só ocorrem em idosos, mas elas podem afetar pessoas de qualquer idade”, afirma a reumatologista Ana Luisa Pedreira. Entre as doenças mais frequentes estão Artrite Reumatoide, que afeta três vezes mais mulheres do que homens, especialmente depois dos 40 anos e após a menopausa e o Lúpus Eritematoso Sistêmico, que afeta dez mulheres para cada homem, geralmente mulheres jovens, entre 20 e 30 anos.

Diagnóstico tardio afeta a qualidade de vida - O diagnóstico é feito através da análise do quadro clínico específico, que é realizado pelo reumatologista, e os exames são usados para confirmar as suspeitas geradas pela análise clínica. Os exames devem ser solicitados para auxiliar ou comprovar um diagnóstico que é essencialmente clínico.

O reumatologista investiga o histórico clínico e faz o exame físico, para auxiliar no diagnóstico. Os fatores de risco que contribuem para o aparecimento das doenças reumáticas mudam de acordo com a patologia. Ou seja, para algumas doenças pode ser a idade jovem, para outras, idade avançada, obesidade, tabagismo ou o consumo de bebidas alcoólicas em excesso.

“Descobri que tinha Artrite Reumatoide em 1992, quando trabalhava numa ótica e eu precisava subir escada, usar as mãos, tirar a farda, tirar as medidas, coisa que já não conseguia mais fazer, mas o diagnóstico foi rápido, em dois meses já sabia que era artrite reumatoide. Durante a minha gravidez, sentia menos dores, mas um mês depois do parto já não conseguia pegar meu filho.

De repente fiquei dependente da minha irmã, que teve que morar comigo e ajudar a cuidar de mim e do meu filho”, afirma Valdete Carvalho, participante da ABRACE (Associação Baiana de Pessoas Reumáticas, Afiliados, Colaboradores e Entusiastas), e comenta “Fiquei em coma por dois meses, fui internada muitas vezes com crises de dores, tenho uma prótese no joelho direito, entre outras sequelas”.

Tratamento - Para as doenças autoimunes, o uso de corticoide pode ser necessário em algum momento devido ao seu rápido início de ação. “Eles têm uma gama de aplicações clínicas e são usados no tratamento de várias doenças reumáticas, porém não devem ser utilizados continuamente a longo prazo por conta de uma série de efeitos colaterais e devem ser retirados quando a doença estiver estabilizada”, afirma a reumatologista Ana Luisa Pedreira. Também são utilizados imunossupressores diversos, dependendo do tipo da doença e padrão de envolvimento.

Existe uma nova categoria de medicamentos, os tratamentos imunobiológicos, que renovaram o tratamento da Artrite Reumatoide, Espondilite e Psoríase. Eles agem contra moléculas e células responsáveis pelo processo inflamatório de origem crônica, responsável pelo surgimento dessas doenças.

Segundo a reumatologista, esse tipo de medicamento atua contra alvos específicos, que causam ou pioram os sintomas das doenças, suprimindo os mecanismos inflamatórios. Exemplo disso são os anticorpos monoclonais, que vêm revolucionando o tratamento de doenças autoimunes.

A medicação biológica é indicada para pacientes em que a terapia convencional não apresentou resultados e estes devem ser avaliados através de protocolos rigorosos e indicações precisas. Por afetarem a pele, o coração, rins, cérebro e outros órgãos, essas doenças devem ser tratadas por uma equipe multidisciplinar, em que o reumatologista - que tem uma visão clínica e geral do paciente, faz a ponte entre os vários especialistas.

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