Lúpus, Artrite
Reumatoide, Espondilite Anquilosante e Artrite pela Psoríase fazem parte desta
categoria.
O reumatismo é um termo
genérico, e mais comum, utilizado para definir cerca de 300 doenças diferentes,
de origem não traumática, que atacam, sobretudo, as articulações, músculos,
ligamentos, tendões, mas também são doenças em que o sistema imunológico está
envolvido por isso podem em alguns casos acometer outros órgãos do corpo como
pulmão, rins e coração por exemplo.
Por isso é mais correto
falar em doenças reumáticas. As causas de algumas destas doenças ainda não são
totalmente conhecidas, mas a predisposição genética e a idade, entre outros
fatores, podem aumentar as chances de desenvolvimento.
Os sintomas variam de
acordo com cada caso, mas, no geral, alguns sinais devem ser considerados para
o diagnóstico, como dor e inchaço nas articulações, aumento da temperatura
local e vermelhidão, rigidez da articulação no período da manhã, perda de peso,
fadiga, deformidade articular e fraqueza muscular.
Essas doenças são
causadas pela inflamação persistente das articulações, que quando não tratada
de forma adequada, pode levar à destruição das juntas causando um impacto muito
grande na saúde, no aspecto social e psicológico do paciente.
Elas causam dor,
podendo levar a restrições das atividades diárias, deformidades e deterioração
física e até incapacidade funcional. Alguns pacientes não conseguem trabalhar e
podem inclusive pedir aposentadoria por invalidez. Há doenças que são mais
frequentes em homens e outras em mulheres.
Muitas dessas doenças
não têm suas causas completamente conhecidas e o tratamento é realizado para
melhorar a qualidade de vida, pois em sua maioria não tem cura. “É muito
importante que as pessoas busquem informações e o diagnóstico precoce evita o
agravamento das doenças e melhora, em muito, a qualidade de vida.
"Muitas pessoas
acham que as doenças reumáticas só ocorrem em idosos, mas elas podem afetar
pessoas de qualquer idade”, afirma a reumatologista Ana Luisa Pedreira. Entre
as doenças mais frequentes estão Artrite Reumatoide, que afeta três vezes mais
mulheres do que homens, especialmente depois dos 40 anos e após a menopausa e o
Lúpus Eritematoso Sistêmico, que afeta dez mulheres para cada homem, geralmente
mulheres jovens, entre 20 e 30 anos.
Diagnóstico tardio
afeta a qualidade de vida - O diagnóstico é feito através da análise do
quadro clínico específico, que é realizado pelo reumatologista, e os exames são
usados para confirmar as suspeitas geradas pela análise clínica. Os exames
devem ser solicitados para auxiliar ou comprovar um diagnóstico que é
essencialmente clínico.
O reumatologista
investiga o histórico clínico e faz o exame físico, para auxiliar no diagnóstico.
Os fatores de risco que contribuem para o aparecimento das doenças reumáticas
mudam de acordo com a patologia. Ou seja, para algumas doenças pode ser a idade
jovem, para outras, idade avançada, obesidade, tabagismo ou o consumo de
bebidas alcoólicas em excesso.
“Descobri que tinha
Artrite Reumatoide em 1992, quando trabalhava numa ótica e eu precisava subir
escada, usar as mãos, tirar a farda, tirar as medidas, coisa que já não
conseguia mais fazer, mas o diagnóstico foi rápido, em dois meses já sabia que
era artrite reumatoide. Durante a minha gravidez, sentia menos dores, mas um
mês depois do parto já não conseguia pegar meu filho.
De repente fiquei
dependente da minha irmã, que teve que morar comigo e ajudar a cuidar de mim e
do meu filho”, afirma Valdete Carvalho, participante da ABRACE (Associação
Baiana de Pessoas Reumáticas, Afiliados, Colaboradores e Entusiastas), e
comenta “Fiquei em coma por dois meses, fui internada muitas vezes com crises
de dores, tenho uma prótese no joelho direito, entre outras sequelas”.
Tratamento - Para
as doenças autoimunes, o uso de corticoide pode ser necessário em algum momento
devido ao seu rápido início de ação. “Eles têm uma gama de aplicações clínicas
e são usados no tratamento de várias doenças reumáticas, porém não devem ser
utilizados continuamente a longo prazo por conta de uma série de efeitos
colaterais e devem ser retirados quando a doença estiver estabilizada”, afirma
a reumatologista Ana Luisa Pedreira. Também são utilizados imunossupressores
diversos, dependendo do tipo da doença e padrão de envolvimento.
Existe uma nova
categoria de medicamentos, os tratamentos imunobiológicos, que renovaram o
tratamento da Artrite Reumatoide, Espondilite e Psoríase. Eles agem contra
moléculas e células responsáveis pelo processo inflamatório de origem crônica,
responsável pelo surgimento dessas doenças.
Segundo a
reumatologista, esse tipo de medicamento atua contra alvos específicos, que
causam ou pioram os sintomas das doenças, suprimindo os mecanismos
inflamatórios. Exemplo disso são os anticorpos monoclonais, que vêm
revolucionando o tratamento de doenças autoimunes.
A medicação biológica é
indicada para pacientes em que a terapia convencional não apresentou resultados
e estes devem ser avaliados através de protocolos rigorosos e indicações precisas.
Por afetarem a pele, o coração, rins, cérebro e outros órgãos, essas doenças
devem ser tratadas por uma equipe multidisciplinar, em que o reumatologista -
que tem uma visão clínica e geral do paciente, faz a ponte entre os vários
especialistas.
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