Popularmente apelidada
de 'meia bomba', a ereção parcial ou insatisfatória pode aparecer a partir dos
40 anos. Maus hábitos como alimentação desregrada, excesso
de álcool, falta de sono, estresse, tabagismo estão entre as
causas do problema, que chega de forma silenciosa, mas que prejudica tanto
física quanto emocionalmente.
Com essas atividades,
há uma antecipação da queda da qualidade da ereção. "Com o envelhecimento,
é comum haver perda de ereção a partir dos 60 anos, geralmente devido a doenças
como hipertensão, diabetes, problemas cardiovasculares ou no sistema endócrino.
No entanto, alguns homens depois dos 40 anos já apresentam uma mudança na
qualidade da ereção em decorrência dos maus hábitos de vida", afirma a
coordenadora do ProSex (Programa de Estudos em Sexualidade - USP), Carmita
Abdo.
O
que leva a "efeito meia bomba"?
A médica explica que
estresse ou tabagismo prejudicam a microcirculação das extremidades, entre
elas, o
pênis. "Há uma vasoconstrição que causa lesões no
sistema nervoso periférico com o passar do tempo", diz Carmita.
A ereção insatisfatória
aparece nos graus leve, moderado ou completo. Os casos sutis, que são os mais
frequentes, não impedem o ato sexual, mas a rigidez peniana não é a mesma e nem
dura muito tempo; ou seja, há uma dificuldade em manter o pênis duro sem
ejacular.
Os casos graves impedem
o ato
sexual. Isso pode gerar insatisfação do casal, pois a
penetração não é concretizada. Os moderados têm problemas que ficam no meio do
caminho.
Dá
para ficar duro de novo?
Sim, mas procurar ajuda
o quanto antes é fundamental. Na primeira consulta, é comum o médico querer
saber se o problema é comum ou intermitente; se as ereções noturnas ou matinais
acontecem; se houve uma causa aparente — pode acontecer após divórcio, morte,
doenças graves na família, problemas emocionais ou início de algum medicamento.
É preciso investigar ainda se há queda de libido, ou se a falta de desejo
acontece apenas com uma determinada parceira ou parceiro.
Medicação
e tratamento hormonal.
De acordo com o
urologista Flávio Iizuka, membro titular da Sociedade Brasileira de Urologia
(Tisbu), é a partir dessas respostas que vai ser investigado se as causas são
psicológicas, físicas ou se vêm juntas. "É comum a prescrição de algum
medicamento oral, como sildenafila e tadalafila, para teste terapêutico. Se for
constatada uma alteração hormonal, pode-se tratar com modulação de hormônios. A
simples atenção à saúde, com prática de atividades físicas, melhoria na
qualidade do sono, hábitos alimentares saudáveis ajudam muito neste
sentido", afirma o especialista.
Isso, no entanto,
depende da visita do homem ao médico. Comparado com as mulheres, que costumam
frequentar o ginecologista após a primeira menstruação, os homens são
resistentes a se consultar com o urologista.
"É preciso perder
esse preconceito e fazer exames periódicos desde a adolescência ou até a
infância, quando é possível prevenir problemas relacionados ao desenvolvimento
peniano inadequado. Na idade adulta e terceira idade, essa necessidade só
aumenta. Eu diria que o pênis é o melhor indicador da saúde física e mental do
indivíduo. Quando a ereção não está boa, geralmente a saúde não vai bem; é um
bom motivo para fazer um check up, controlar o estresse, diminuir o ritmo de
trabalho, tirar férias e fazer terapia, em alguns casos", completa o
urologista.
Prevenção
a outras doenças.
Consultas frequentes
previnem não apenas uma ereção meia bomba como também doenças silenciosas como
andropausa, deficiência de vitaminas como D e B12, síndrome metabólica e
cânceres de próstata, renal ou suprarrenal, além de alterações normais do corpo
do homem relacionadas ao envelhecimento, como gotejamento no final da micção,
dificuldade de ter ereções seguidas após uma ejaculação e ao aumento da
próstata benigno, entre outras.
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