Pesquisadores de
diversas universidades na China perceberam que ao agir altruisticamente,
ou seja, fazendo o bem sem esperar nada em troca, as pessoas tendem
a sentir menos dor, mesmo em situações de ameaça.
O estudo, divulgado no
periódico “Proceedings of the National Academy of Sciences of the United
States of America“, detalhou quatro experimentos que colocaram em prática a
hipótese de que, em situações de ameaça física, o ato altruísta poderia aliviar
sensações de dor em humanos.
Doação de sangue.
Como primeiro teste, os
pesquisadores reuniram um grupo de pessoas que doavam sangue após um terremoto
e perguntaram a elas qual era a sensação de dor que a agulha havia causado.
Como comparativo, a mesma pergunta foi feita a outro grupo de pessoas que doava
sangue sem nenhum histórico de desastres naturais. A sensação de dor descrita
pelo primeiro grupo era menor do que a do segundo.
Revisão de um livro.
O segundo experimento
envolveu voluntários que ajudaram na revisão de livros para crianças migrantes.
Enquanto atuavam, os participantes foram expostos ao frio. O desconforto causado
pelo frio se mostrou menos intenso que entre o grupo de voluntários que não fez
revisão nenhuma.
Cozinhar para outros
pacientes.
Mesmo quem está
passando por tratamentos de saúde, como pacientes com câncer, não tem a mesma
sensação de dor quando age altruisticamente, o estudo mostrou. Neste caso,
pacientes oncológicos que cozinhavam ou limpavam para outros pacientes tinham
menos dor que outros pacientes, que não eram voluntários na cozinha ou na
limpeza.
Doação financeira.
No experimento final,
os pesquisadores pediram que voluntários doassem dinheiro para uma instituição
de atendimento a crianças órfãs. Eles também foram questionados sobre a
quantidade de dinheiro que eles achavam que ajudaria as crianças.
Na sequência, os
participantes foram submetidos a um exame de imagem de ressonância magnética,
enquanto recebiam choques elétricos. Da mesma forma que nos outros
experimentos, havia um grupo de pessoas passando pela mesma experiência, mas
que haviam recusado a doação.
O grupo que havia doado
teve uma menor resposta cerebral ao choque do que aqueles que não haviam doado.
Os pesquisadores também perceberam que, quanto mais a pessoa achasse que a
doação havia impactado positivamente os órfãos, menor era a resposta do cérebro
aos choques.
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