sábado, 13 de maio de 2017

ARTIGO: A OUTRA FACE DO BICHO: MORCEGOS MANTÊM O EQUILÍBRIO ECOLÓGICO...

FONTE: *** Saulo Miguez, CORREIO DA BAHIA.

A fisionomia aparentemente pouco amigável e a fama de mau jogam contra a real importância dos morcegos para a manutenção do equilíbrio ecológico. Únicos mamíferos com capacidade de voar, esses animais de hábitos noturnos exercem uma função crucial na preservação de inúmeras espécies vegetais.
Os morcegos, que ganharam fama no cinema por ter sua imagem associada à dos vampiros, em sua vasta maioria, se alimentam de frutas, insetos e trabalham como agentes polinizadores e dispersores de sementes de diversas plantas, sobretudo de árvores frutíferas.
De acordo com a Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), um único morcego é capaz de transportar mais de 500 sementes em uma noite e contribuem com a reprodução de mais de 500 espécies vegetais.
Graças a essa função, que também é realizada por determinados insetos, aves e outros mamíferos, é possível manter não só a diversidade quantitativa como também a variabilidade genética das plantas. Uma vez que a polinização cruzada, ou seja, entre diferentes exemplares da mesma espécie, permite a troca de material genético, isso dificulta o processo de extinção por praga ou doença.
Os morcegos realizam, ainda, o controle populacional de insetos e pequenos roedores. Segundo a SVS, em poucos minutos um morcegos captura mais de 200 insetos. Esse é outro fator que contribui para a manutenção do equilíbrio ambiental e ajuda no controle de pragas, sobretudo em lavouras que sofrem com os ataques de grandes insetos.
Vale ressaltar, ainda, que, das mais de mil espécies de morcegos catalogadas no mundo, apenas três são hematófagas, ou seja, se alimentam de sangue. A população, no entanto, deve evitar manipular esses animais. Cuidado, aliás, que deve ser tomado com outros bichos silvestres e até mesmo com aqueles desconhecidos, uma vez que, mesmo os morcegos não hematófagos, assim como os cães e gatos domésticos não vacinados, podem transmitir doenças, como a raiva. 

*** Saulo Miguez é graduado em Veterinária e repórter do CORREIO.

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