© Fornecido por Abril Comunicações S.A. Café em excesso
No
último mês, os Estados Unidos ficaram chocados com a morte de um adolescente de 16 anos após uma “overdose” de cafeína.
O mais impressionante de tudo? Ele só tinha ingerido, em um período de duas
horas, três bebidas cafeinadas: um café com leite, um refrigerante e um energético.
Isso
deixou muita gente se perguntando quantos cafés deveríamos tomar em um dia só.
Afinal
de contas, vamos combinar: o número três nunca gerou preocupação, no nosso termômetro
mental sobre cafeína. Tem gente que toma mais de cinco xícaras por dia e está
muito bem, obrigada.
Pensando
na nossa saúde, porém, é interessante entendermos o ponto em que o consumo dessa
substância pode ser tornar perigoso.
A
verdade é que a cafeína ainda é uma substância um tanto misteriosa para a
ciência. Segundo a revista The Atlantic, por exemplo, sabe-se que ela surge nas plantas para
espantar insetos e animais herbívoros e que pode ser usada em diferentes
funções na medicina. Mas, quando o assunto é este limite diário, ainda são
levemente nebulosas as conclusões.
“A
cafeína, o álcool e a maconha são drogas recreativas”, explica o toxicologista
sueco Alex Wayne Jones em entrevista ao Vox, site norte-americano. “E a mais segura entre todas elas
é a cafeína”. Mesmo assim, é preciso prestar atenção.
Desde
2003, é de 400 mg (cerca de 3 xícaras de 150 ml de café) o limite de cafeína
diária respaldado com mais força pela ciência – e Esther Myers, do Life Science Institute,
resolveu recentemente verificar se este número deveria ser mantido. Ela
examinou cerca de 700 estudos na área e descobriu que, na verdade,
o limite de cafeína diária é bastante relativo.
“Há
uma grande variabilidade de pessoa para pessoa quanto à resposta do corpo à
cafeína”, esclarece Myers em entrevista à The Atlantic. “Isso é uma das lacunas
em minha pesquisa. Nós precisamos identificar melhor as diferenças entre as
pessoas para conseguir identificar quem é mais sensível”.
Em
média, portanto, 400 mg
de cafeína é uma quantidade segura – mas nem sempre é o caso.
Para pessoas que não têm o costume de tomar café, por exemplo, podem
surgir reações adversas, como o nervosismo ou a insônia.
Em
seu estudo, o toxicologista Alex Wayne Jones descobriu que apenas 51 mortes causadas pela
cafeína foram registradas entre 1959 e 2010. Ou seja: são raríssimos
os casos.
As
complicações de saúde ligadas à substância, segundo o mesmo levantamento,
também são raras. Quando consumida de forma líquida, ela não é tão perigosa
quanto parece.
No
caso do garoto norte-americano que morreu recentemente, é provável que seja a
combinação entre a cafeína e outros elementos presentes nos energéticos o
que causou a morte.
Mas
de uma coisa a gente sabe: cuidado nunca é demais, né?
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