FONTE: TRIBUNA DA BAHIA.
A Clínica Florence será inaugurada nesta
quarta-feira (3/5).
O que
fazer com um doente terminal, que possui uma doença incurável e para o qual a
morte é apenas uma questão de tempo? Nem mesmo os médicos são unânimes quanto à
abordagem, nesses casos.
Os profissionais
da Medicina já defenderam o tratamento até o último instante e já aconselharam
os familiares a levar o paciente para morrer em casa.
As duas
respostas quase sempre têm como resultado grande sofrimento, por parte dos
familiares, e a períodos prolongados de dores muitas vezes excruciantes, no
caso dos doentes.
Em
2002, a OMS-Organização Mundial de Saúde definiu uma nova abordagem, voltada
para proporcionar ao paciente sem possibilidades de cura a melhor qualidade de
vida possível, até a morte. Surgia um novo braço da Medicina: os cuidados
paliativos, parte da assistência integral ao ser humano.
Inicialmente
voltados para os portadores de câncer, hoje se estendem a quem sofre de
diabetes, problemas crônicas no coração ou pulmões, por exemplo, embora seja na
oncologia, ainda, sua maior aplicação.
O
tratamento exige uma equipe multiprofissional. A equipe mínima definida
pela OMS é composta por um médico, uma enfermeira, uma psicóloga, uma
assistente social e pelo menos um profissional da área da reabilitação, todos
treinados na filosofia e prática da paliação.
As
ações incluem medidas terapêuticas para o controle dos sintomas físicos
e apoio espiritual ao paciente. Os familiares também são acompanhados pela
equipe, com apoio social, espiritual e psicoterapêutico.
Em Salvador.
A
primeira clínica inteiramente projetada para cuidados paliativos, no Norte e
Nordeste do País, está sendo inaugurada em Salvador nessa quarta-feira (3/5). É
a Florence (pronuncia-se Flórence), uma homenagem à enfermeira Florence
Nightgale, nascida em 1820, em Florença - Itália, e que criou a primeira escola
de enfermagem do mundo, em Londres, em 1860, lançando as bases da
enfermagem profissional.
No
Brasil, há unidades de cuidados paliativos em hospitais públicos de São
Paulo, como o Hospital das Clínicas, o Hospital Universitário e o Instituto da
Criança da FMUSP, o hospital da UNIFESP, e o Hospital Emílio Ribas, que recebe
pacientes com AIDS.
O
idealizador da Clínica Florence, em Salvador, é o médico Lucas Andrade,
diretor-executivo da clínica, que tem a doutora Fernanda Tourinho como
coordenadora médica e paliativista.
Serão
admitidos pacientes com idade acima dos 16 anos, incluindo aqueles que apenas
necessitam de reabilitação e não possam ser mandados para o tratamento em casa.
Localizada
na Rua Bela Vista do Cabral, 271, no bairro de Nazaré, é
destinada ao atendimento de pacientes que se encontram internados em hospitais
tradicionais, de alta complexidade, mas que poderiam estar em instalações
menores, já que necessitam essencialmente de um cuidado mais humano e menos
tecnológico.
A
clínica permite visitação 24 horas, sete dias por semana, e interações
flexíveis entre pacientes, familiares e amigos. Por exemplo: admite animais de
estimação por um período limitado e permite que familiares possam usar a
cozinha da clínica para preparar a refeição preferida do paciente.
Ocupando
2800 metros quadrados de área construída em estrutura horizontal, com
apenas 3 pavimentos, a clínica tem 25 suítes individuais, 6 enfermarias
duplas. e seus quartos podem ter a decoração customizada.
Quem pode se internar.
Pacientes
em recuperação de doenças agudas ou crônicas, internados em hospitais, que não
podem voltar para suas casas mas igualmente não necessitam de intervenções
de alta complexidade.
São
exemplos portadores das seguintes condições clínicas:
--
Recuperação neurológica ou ortopédica (idosos após fratura de fêmur,
reabilitação após acidente vascular cerebral)
--
Necessidade de antibioticoterapia venosa prolongada (osteomielite, endocardite
infeciosa)
--
Doenças neuromusculares com comprometimento de atividades essenciais tais como
deglutição, respiração ou locomoção (e.g. Esclerose Múltipla)
--
Necessidade de curativos complexos (pós traumas ou queimaduras)
--
Enfermidades crônicas estáveis, mas com necessidade de ventilação
mecânica (pacientes traqueostomizados).
A equipe.
-- Médico com formação em cuidados paliativos
-- Médico Geriatra
-- Médico Cardiologista
-- Enfermeiras especializadas
-- Auxiliares de enfermagem
-- Fisioterapeuta
-- Farmacêutico
-- Psicóloga
-- Terapeuta ocupacional
-- Fonoaudiólogo
-- Conselheiro espiritual
-- Médico Geriatra
-- Médico Cardiologista
-- Enfermeiras especializadas
-- Auxiliares de enfermagem
-- Fisioterapeuta
-- Farmacêutico
-- Psicóloga
-- Terapeuta ocupacional
-- Fonoaudiólogo
-- Conselheiro espiritual
É
permitido aos familiares contratarem serviços opcionais de cuidadores e de
outros profissionais (por exemplo: massoterapeutas e musicoterapeutas).
Nenhum comentário:
Postar um comentário