Um novo estudo,
coordenado pela Universidade Duke (EUA), resultou na descoberta de uma pequena
área do cérebro de ratos que controla a sensação de dor nesses animais. De
acordo com os pesquisadores, essa porção do cérebro é capaz de “desligar” a dor
sentida pelos roedores.
A região está
localizada na amígdala, parte do cérebro considerada responsável por emoções
negativas e determinadas respostas do corpo ao ambiente, como a ansiedade.
Segundo os cientistas envolvidos, há muito tempo que se fala em uma parte
hipotética do cérebro que seria capaz de aliviar a dor. De acordo com eles, é
por causa dessa crença comum que placebos funcionam, por exemplo.
Assim, a busca por essa
porção do cérebro não é exatamente novidade. No entanto, até agora, as
conclusões às quais os pesquisadores haviam chegado apontavam que, como há
muitas áreas do cérebro que processam a dor, seria necessário desativar todas
elas para interromper a sensação. Essa nova região descoberta pelos cientistas
de Duke, contudo, é capaz de desligar toda a dor sozinha.
A pesquisa funcionou
assim: os pesquisadores estimulavam a dor nos ratos, mapeando as partes do
cérebro que respondiam à sensação. Foi dessa forma que eles constataram que as
16 regiões cerebrais capazes de processar a dor estavam sendo inibidas por
neurônios da amígdala.
Desse modo, os
pesquisadores passaram a estimular esses neurônios logo depois de infligir dor
aos roedores. Com isso, os ratos paravam imediatamente de realizar
comportamentos que expressam a dor, como lamber as patas ou tocar o rosto —
indicando que a sensação havia cessado.
O próximo passo é
buscar drogas e medicamentos capazes de ativar apenas esses neurônios da
amígdala, o que tornaria os analgésicos muito mais eficientes. Outra ideia é
sequenciar o DNA dessas células, em uma tentativa de encontrar o(s) gene(s)
responsável(is) por seu funcionamento tão hábil.
O estudo foi publicado
no último dia 18 no periódico científico Nature Neuroscience.
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