Um estudo liderado por
um médico brasileiro apresentou bons resultados no tratamento de câncer de próstata avançado ao
usar um tratamento hormonal que não diminui a testosterona nos pacientes com a
doença.
Liderado pelo
oncologista Fernando Maluf, diretor médico associado do Centro Oncológico da BP
- A Beneficência Portuguesa de São Paulo, e coordenada pelo Grupo Latino
Americano de Pesquisa em Oncologia (Lacog), o estudo foi apresentado na 56ª
edição do Asco Annual Meeting.
Atualmente, as
pacientes que sofrem com o câncer de próstata avançado têm poucas opções de
tratamento. O mais convencional provoca diminuição da testosterona — o que
acaba, por consequência, aumentando as chances de impotência, perda da libido e
ainda redução de massa óssea e muscular, entre outras complicações.
Os pesquisadores
testaram, então, uma opção de terapia hormonal com medicamentos que não reduzem
a testosterona. "Usamos inibidores de sinalização de andrógenos
(apalutamida e abiraterona) que podem fornecer alta eficácia, com um perfil de
segurança favorável e efeitos colaterais menores", explica o médico.
Essa combinação
provocou respostas importantes de PSA, substância produzida pela glândula
prostática, e evita a progressão radiológica do paciente. No entanto, apenas o
uso da apalutamina causou um aumento da testosterona ao invés da queda,
tornando-se um resultado com prospecto.
"Esse estudo
mostra que novas terapias podem substituir a castração", afirma o médico
brasileiro. O próximo passo, segundo ele, é realizar uma pesquisa com um número
maior de pacientes para confirmar esses dados. "Caso se confirme, pela primeira
vez a castração poderá ser substituída por medicamentos hormonais que não
diminuem o nível de testosterona, revelando um grande avanço na área
oncológica", finaliza o especialista.
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