Coordenadora do
Departamento de Vigilância das Doenças de Transmissão Respiratória de Condições
Crônicas do Ministério da Saúde, Denise Arakaki disse na Câmara dos Deputados
que a pandemia de coronavírus
está provocando um recuo da capacidade de diagnóstico da tuberculose no Brasil.
Segundo ela, houve
redução de 40% na aplicação de testes laboratoriais para o diagnóstico de
tuberculose entre março e abril de 2020.
Arakaki participou hoje
de reunião por videoconferência na comissão externa que discute ações de
combate ao novo coronavírus. Denise afirmou que o empobrecimento da população,
desde o fim de 2014, também leva ao aumento dos casos de tuberculose e que
medidas de mitigação da pobreza são necessárias para o combate da doença.
Segundo ela, de cada 4
pacientes com tuberculose, 1 é fumante. No Brasil, os fumantes se concentram
nas classes mais baixas.
O presidente da
Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia, Frederico Leon Fernandes,
reiterou que a sobrecarga no sistema de saúde por conta da pandemia de
coronavírus pode atrasar o diagnóstico da tuberculose, que gerou 1,5 milhão de
óbitos no mundo no ano passado, sendo a doença infecciosa que mais mata no
mundo. No Brasil são registradas por ano cerca de 4,5 mil mortes pela doença.
Tuberculose e covid-19.
Presidente da Comissão
de Seguridade Social e Família e coordenador da Frente Parlamentar pela Luta
contra a Tuberculose, o deputado Antonio Brito (PSD-BA) destacou que o estado
brasileiro com maior número de casos de tuberculose é o Amazonas, seguido de
São Paulo e Rio de Janeiro, que também são estados líderes em casos de
covid-19.
Ele sugeriu que o
ministério investigue a correlação entre esses fatos. De acordo com Denise
Arakaki, nas fichas de óbitos por Covid-19 aparecem as causas que poderiam ter
contribuído para o agravamento do quadro, o que pode viabilizar estudos de
correlação entre as doenças.
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