FONTE: Daniel Mello, Da Agência
Brasil (noticias.uol.com.br).
Experimentos
realizados pelo Instituto de Ciências Biomédicas - da Universidade de São Paulo
- estabeleceram relação entre doença renal crônica e a demência. O estudo feito
em ratos indicou que as complicações nos rins tendem a causar inflamações
neurais que afetam o funcionamento do cérebro.
"Nos animais, a
gente detectou que a neuroinflamação em dado momento leva a esse desajuste da
proteína klotho, que tem uma relação no sistema nervoso", explicou o
coordenador da pesquisa, Cristóforo Scavone.
A proteína klotho
regula o fosfato e a vitamina D no organismo. A redução dessa substância,
causada pela inflamação crônica, é apontada no estudo como responsável pelos
problemas cognitivos.
Os testes foram
conduzidos em 40 ratos que tinham a insuficiência renal induzida pela retirada
de um dos órgãos. Em seguida, a capacidade cognitiva dos animais era medida por
testes comportamentais. De acordo com Scavone, após um determinado
período, todos os ratos passaram a apresentar algum grau de deficiência
cognitiva.
"No paciente, a
história é mais ou menos parecida", disse o professor. Ele pondera, no
entanto, que existem algumas diferenças. A falta da proteína klotho tende a
desregular a quantidade de fosfato, elemento que já é associado, em outros
estudos, ao envelhecimento. "Na verdade, o que ela indica é que esse
modelo de envelhecimento pela klotho está muito associada à concentração de
fosfato", enfatiza.
A pesquisa foi
motivada pela observação do elevado percentual de casos de demência em
pacientes renais. O professor defende que durante o acompanhamento dessas
pessoas seja dada atenção aos níveis de fosfato e klotho. Para Scavone, uma das
formas de reduzir a ocorrência desses problemas mentais é a prática de
exercícios. "O exercício físico desafia [e torna possível a reação do]
organismo", ressalta.
Nenhum comentário:
Postar um comentário