FONTE: Agência
Brasil, CORREIO DA BAHIA.
Medidas são
voltadas para estimular o parto normal na rede privada de Saúde.
A utilização do partograma – documento gráfico onde são
feitos registros de tudo o que acontece durante o trabalho de parto – passa a
ser obrigatória para obstetras da rede privada a partir da segunda-feira
(6).
Anunciado pelo Ministério da Saúde e pela Agência
Nacional de Saúde Suplementar como uma das medidas de estímulo ao parto normal,
a ferramenta será considerada parte integrante do processo de pagamento do
procedimento parto.
O documento é recomendado pela Organização Mundial da Saúde desde 1994. A Resolução Normativa nº 368, publicada em janeiro deste ano, prevê ainda que as operadoras informem aos beneficiários os percentuais de cirurgias cesarianas e de partos normais de cada hospital e médico credenciados.
As informações devem estar disponíveis no prazo máximo de
15 dias, contados a partir da data de solicitação. Os planos também serão
obrigados a oferecer o cartão da gestante, que contém todas as informações
sobre o pré-natal.
De posse do documento, qualquer profissional de saúde
terá conhecimento de como se deu a gestação, facilitando um melhor atendimento
à mulher quando entrar em trabalho de parto.
Com as novas regras, cesarianas marcadas com antecedência
e sem indicação médica serão coibidas pelas operadoras. Apenas cesáreas
recomendadas – como no caso de gestantes com diabetes não controlada ou com
placenta insuficiente – ou cesáreas que se fizerem necessárias durante um
trabalho de parto difícil serão reembolsadas pelos planos de saúde.
A elaboração da resolução pela Agência Nacional de Saúde
Suplementar foi feita após consulta pública feita de outubro a novembro do ano
passado. Foram colocadas em consulta duas minutas de normas: uma sobre o
direito de acesso à informação pela gestante e uma sobre o cartão da gestante e
a utilização do partograma.
Atualmente, 23,7 milhões de mulheres são beneficiárias de
planos de assistência médica com atendimento obstétrico no país. O percentual
de cesarianas chega a 84% na saúde suplementar e 40% na rede pública.
Dados do Ministério da Saúde indicam que a cesárea sem
indicação médica provoca riscos desnecessários à saúde da mulher e do bebê, já
que aumenta em 120 vezes a probabilidade de problemas respiratórios para o
recém-nascido e triplica o risco de morte da mãe. Cerca de 25% dos óbitos
neonatais e 16% dos óbitos infantis no Brasil estão relacionados à
prematuridade.
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