FONTE: Rafael Bergamaschi, especial para o iG São Paulo, TRIBUNA DA BAHIA.
Mais do que um ato nobre e uma forma de preservar
um relacionamento, desculpar-se é forma de seguir em frente depois de um erro.
Aprenda como fazer isso.
Nem só
de acertos é feita a vida. Mais importante do que não errar é saber lidar bem
com as próprias falhas. É justamente neste momento que muitos se perdem.
"Algumas
pessoas têm muita dificuldade em assumir o próprio erro, o que é um pouco culpa
da nossa cultura”, explica a psicoterapeuta Cecília Zylberstajn. De acordo com
ela, o problema vem desde a infância, quando os acertos costumam ser celebrados
e os erros punidos com castigos.
“A
gente só valoriza o certo. Admitir a culpa às vezes parece algo impensável.”,
diz.
O primeiro
passo para aprender a se desculpar melhor é assumir os próprios atos: nada
de dizer que ‘falou sem pensar’ ou de jogar a culpa para o outro. Errar não é o
fim do mundo. Procure encarar isso como um novo mantra para a vida.
"No
processo de tentar escapar da responsabilidade, muitos tendem a minimizar a
própria conduta”, conta Sandro Caramaschi, professor de Psicologia da
UNESP, em Bauru.
Uma
providência importante para começar a encarar o ato de maneira natural é deixar
de ver o pedido de perdão como fraqueza ou derrota.
“Um
erro comum é transformar qualquer desentendimento em uma competição”, conta a
psicóloga. Segundo a especialista, em uma discussão não deve haver ‘vencedores'
ou ‘perdedores’. A vitória, neste caso, deve ser da relação.
Para
ser bem-sucedida, a discussão deve ser franca e as duas partes devem estar
abertas para ouvir. Evite usar um tom acusatório, que deixa o outro na
defensiva e dificulta o diálogo.
"Eu
só posso estar disposto a admitir meu erro se também estiver disposto a
perdoar”, argumenta Cecilia.
Um
problema comum a muitos casais é a diferença na forma como cada um enxerga os
erros do parceiro, o que pode gerar brigas intermináveis.
“Um
comportamento feminino comum é não verbalizar as emoções, esperando que o homem
descubra o que ela está sentindo”, relata Caramaschi.
Já os
homens tendem a minimizar suas condutas, acusando a parceira de exageros.
Nestes casos de incongruência, é importante fazer um esforço para enxergar a
situação pelos olhos do outro.
Há, no
entanto, erros que cometemos com pessoas que nem conhecemos ou com as quais a
relação é apenas superficial.
Quem
nunca derrubou uma bebida na roupa de alguém ou bateu com o carro no veículo de
outra pessoa, por exemplo? Nestes casos, o pedido de desculpas deve ser
acompanhado de uma tentativa de reparação.
“Isso é
muito importante, pois viabiliza a relação na medida do possível”, explica
Cecília.
Portanto,
nada de fazer economias nessa hora: ofereça-se, sempre que possível, para
cobrir os gastos que a sua trapalhada possa ter gerado, minimizando, assim, o
impacto do erro.
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