FONTE: disneybabble.uol.com.br
Pedimos ajuda a especialistas para esclarecer as questões
que sempre deixam as mulheres receosas na hora de usar o produto.
Que ele é prático, ninguém discorda. Mas são várias as dúvidas que as
mulheres têm em relação ao absorvente interno. Apesar de muito eficaz, às vezes
surge aquela insegurança de utilizar corretamente o produto, além de possíveis
riscos de seu uso contínuo. E não é à toa...
Há pouco tempo, uma adolescente inglesa de 13 anos faleceu após ter
desenvolvido a Síndrome do Choque Tóxico, infecção bacteriana rara, causada
pelo mau uso de um absorvente interno.
Com a repercussão do caso, muitas mulheres ficaram apreensivas ao
utilizá-lo. Por isso fomos atrás de especialistas, que garantem: o produto é
seguro se usado do jeito certo, além de ser um ótimo aliado em situações em que
o absorvente externo se torna inconveniente.
Para a universitária Carolina Franco, 22 anos, o absorvente interno
sempre gerou dúvidas. "Quando fui colocar pela primeira vez, tive um certo
incômodo e parei de usar. Eu não sei qual a forma correta de colocar e também
sempre fico com receio da cordinha desaparecer", revela.
Ela acredita que o absorvente pode ajudar em muitas ocasiões, como na
praia, mas como ainda tem dúvidas, quer procurar um médico para receber uma
orientação melhor.
Além disso, diz ainda que não sabe se o absorvente consegue aguentar o
seu fluxo menstrual. "Tenho um fluxo muito intenso na menstruação, então
acabo optando pelo absorvente externo porque não sei se o outro tem a
capacidade de segurar por um longo período", exemplifica.
Com ajuda das ginecologistas Alessandra Bedin Rubino, do Hospital Israelita
Albert Einstein, e Patrícia Arie, da Clínica Vivitá, respondemos às principais
dúvidas que Carolina e a maioria das mulheres têm.
1. A partir de que idade está liberado o uso de absorvente interno?
Pode ser utilizado a partir da primeira menstruação, mas é sempre
recomendado receber orientação médica previamente. De acordo com a
ginecologista Patrícia Arie, da Clínica Vivitá, é necessário fazer uma visita
ao seu ginecologista antes de recorrer ao produto, principalmente mulheres que
ainda não mantiveram a primeira relação sexual.
2. Qual a maneira correta de colocar o absorvente interno?
Primeiramente, é necessário higienizar as mãos, de preferência com água
e sabão. A mulher deve estar em uma posição confortável, agachada ou até em pé
mesmo. O absorvente deve ser inserido até que o dedo entre no canal vaginal.
Nesse momento, continue empurrando devagar para uma posição mais alta, até que
não sinta o produto. “Depois, a mulher deve andar e verificar se está se
sentindo confortável”, observa a ginecologista Alessandra. A médica acrescenta
ainda que, se a mulher preferir, pode tentar introduzi-lo com a ajuda do
aplicador – muitas vezes ele vem junto com o produto –, que é um tubo
plástico que ajuda a empurrar o absorvente.
3. O absorvente interno é higiênico?
Sim. É um produto até mais higiênico do que o absorvente externo, pois o
interno não oferece tanto contato do sangue com a vulva, diminuindo o odor
da menstruação.
4. Há alguma contraindicação?
Não há contraindicação, mas é ideal evitar utilizar o absorvente em
casos em que a mulher tenha alguma infecção ou alergia na região genital. De
acordo com especialista Patrícia, até mulheres que ainda não mantiveram relação
sexual podem utilizá-lo sem problemas, mas é sempre recomendável conversar antes
com um especialista.
5. Como saber o tamanho ideal?
Se for a primeira vez, o indicado é iniciar com absorventes menores,
até se adaptar para colocar o produto. Entretanto, o tamanho indicado vai
variar conforme o fluxo menstrual. “A vagina é um órgão elástico e se adapta
com diferentes tamanhos. Além disso, mulheres que têm mais sangramento
menstrual também necessitam de absorventes maiores, mas usar um tamanho maior
do que o necessário pode ressecar o órgão e até provocar uma lesão”, observa
Alessandra. O produto costuma ser encontrado nos tamanhos míni, normal e
grande.
6. Qual o intervalo de tempo ideal para troca?
É higiênico que a mulher troque o absorvente, em média, a cada 4 horas,
dependendo do fluxo. Alessandra acrescenta que, na bula do produto, a indicação
de uso é, no máximo, 8 horas, mas como a utilização depende do fluxo
de cada mulher, é necessário fazer essa troca com menos tempo. Assim, corre-se
menos risco do local ficar propenso a bactérias e fungos.
7. Posso dormir com o produto?
“Uma mulher pode dormir com um absorvente por até 8 horas, dependendo do
fluxo, mas o recomendável é ficar 4 horas”, diz a especialista do Albert
Einstein. Ou seja, não há risco utilizá-lo durante o sono, desde que você não
abuse do tempo. Se não quiser interromper o sono, a melhor opção é adotar um
absorvente externo.
8. Absorvente interno dá alergia ou infecção?
O risco de alergia ou qualquer tipo de infecção é muito baixo, mas não é
descartado, de acordo com a ginecologista Alessandra Rubino. Por isso, deve se
respeitar o tempo de uso do absorvente, a fim de não causar problemas. Essa
orientação deve ser seguida para evitar que a mulher adquira bactérias na área
íntima e até ter doença mais grave, como a Síndrome do Choque Tóxico (SCT).
Segundo a médica, a doença é rara mas, muitas vezes, fatal. Ela é provocada
pela bactéria Staphylococcus aureus, e ocorre devido ao uso prolongado
do absorvente interno. Os sintomas são: vômito, diarreia, desmaio, tontura e
febre alta. Caso identifique um desses sintomas, a mulher deve procurar o
médico com urgência.
9. Absorvente interno vaza?
Só há possibilidade de vazar se o absorvente não for um tamanho adequado
e se permanecer no corpo por mais de 4 horas. Mas o risco é bem menor do
que o absorvente externo. Para a mulher se sentir segura, é indicado trocá-lo
com frequência, até ela descobrir o tamanho ideal para seu fluxo menstrual.
10. O que acontece se a cordinha arrebentar ou sumir?
Segundo as especialistas, não há risco da cordinha arrebentar, mas pode
acontecer dela entrar no canal vaginal. O recomendado é tentar “puxar” o fio
com os dois dedos, como se fosse uma pinça. Caso não consiga, a mulher deve
procurar imediatamente um médico para não causar nenhuma infecção. Para evitar
tal situação, é aconselhável deixar a cordinha visível. Assim é mais fácil a
retirada e quase impossível esquecer o absorvente.
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