FONTE: TRIBUNA DA BAHIA.
Quando não tratada de forma adequada e rápida, a
infecção urinária pode evoluir para casos mais complexos.
Infecção
urinária. Você já deve ter ouvido falar inúmeras vezes sobre esse problema.
Aquele incômodo e ardor ao urinar são sintomas típicos de infecção do trato
urinário. Mas, a infecção de urina pode ser mais grave do que você
pensa. “Quando não devidamente acompanhado por uma equipe de
especialistas, o quadro pode evoluir rapidamente para comprometimento de outros
órgãos, como os rins e até a próstata”, explica o médico Alexandre Crippa,
coordenador do Centro de Urologia do Hospital Samaritano de São Paulo.
O
diagnóstico de infecção urinária é feito através da história clínica, exame
físico e laboratorial (urina tipo I e urocultura) . Ardência para urinar,
aumento da frequência urinária, alterações na característica da urina (cor e
odor) são sintomas comuns referidos pelo paciente. A presença de febre,
calafrios e vômitos sugere infecção urinária complicada.
A
infecção urinária pode ser classificada em dois tipos: a infecção de trato
baixo e a de trato alto. Na infecção de trato urinário baixo ou cistite, são
comuns os sintomas de ardência, sangramento na urina e urgência para urinar.
Nas
infecções de trato alto (pielonefrite) surgem sintomas como febre, mal estar,
dor lombar, calafrios e falta de apetite. Pode acometer homens, mulheres e
crianças. A prostatite aguda (infecção da próstata) ocorre em homens e pode
estar relacionada a infecção do trato urinário.
“Esse
quadro de infecção pode evoluir para Sepse – condição grave que pode levar
falência múltipla de órgãos e morte. É considerada emergência clínica e deve
ser tratada de maneira agressiva por meio de internação e uso de antibióticos.
Por isso, qualquer ardor, diferença na cor ou rotina urinária, deve ser
acompanhada por um especialista”, destaca o médico.
Como
tratamento para pielonefrite ou prostatite aguda, é indicada a internação e,
após 48 horas, se o paciente não estiver mais com febre alta, pode s continuar
o tratamento em casa, com antibióticos pelo período indicado. Mas o
especialista alerta. “As infecções urinárias recorrentes (mais de três vezes no
intervalo de um ano), infecções em homens e crianças devem ser investigadas”.
O coordenador
do Núcleo de Urologia do Hospital Samaritano destaca que “ingerir líquidos e
urinar sempre que tiver vontade são hábitos muito importantes para evitar a
infecção de urina”.
Sobre a pielonefrite.
A
pielonefrite é uma infecção bacteriana de um ou ambos os rins. Se não tratada a
tempo e corretamente, pode evoluir para sepse e falência múltipla de órgãos. É
importante avaliação através de exames de imagem para o diagnóstico de
complicações (abscesso renal) e fatores desencadeantes como alterações
morfológicas ou cálculos obstrutivos.
O
diagnóstico precoce e o tratamento adequado são fundamentais para boa evolução
do paciente.
Diabéticos,
pacientes com insuficiência renal, cirróticos, portadores do vírus HIV ou
pacientes em uso de medicamentos imunossupressores – medicamentos ativos para
sistema de defesa -, apresentam maior risco de cistite que evolua para
pielonefrite.
Sobre a prostatite aguda.
A
prostatite aguda é um quadro inflamatório normalmente causado por uma infecção
bacteriana da próstata. As bactérias mais comuns da prostatite aguda são as
mesmas que costumam causar infecção urinária, como E.coli, Klebsiella e
Proteus. A contaminação da próstata se dá pela invasão da mesma por bactérias
que se encontram na uretra ou na bexiga, normalmente devido a uma urina
previamente contaminada.
O
diagnóstico da prostatite aguda é feito através da história clínica, exame
físico e exames laboratoriais. Febre, ardência ao urinar, alterações do jato
urinário e dor perineal são sintomas comuns.
O toque
retal deve ser evitado sempre que possível e ,quando necessário, deve ser
realizado com muita cautela para evitar disseminação da infecção. Assim como na
infecção urinária, a urocultura serve para identificar a bactéria responsável
pela infecção. O exame simples de urina (EAS) costuma apresentar aumento de
leucócitos na urina e sangramento microscópico.
A
prostatite aguda tem cura e o tratamento é feito com administração de
antibióticos por um período médio de quatro semanas.
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