sexta-feira, 20 de novembro de 2015

CONFIRA 5 DOENÇAS QUE PODEM LEVAR À CEGUEIRA...

FONTE: Acorda Cidade, TRIBUNA DA BAHIA.


Saiba quais são e como se prevenir para evitar o pior.

De acordo com os dados oficiais do Ministério da Saúde, o Brasil tem hoje cerca de 9 milhões de diabéticos – o equivalente a 6,2% da população adulta.
Entre os pacientes do tipo 2, no entanto, pesquisa da Sociedade Brasileira de Retina e Vítreo (SBRV) mostra que 60% desconhecem que a doença pode causar perda de visão e 62% não fazem qualquer tipo de acompanhamento relacionado à retinopatia diabética, uma das doenças que mais causam cegueira no Brasil, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) ao lado do glaucoma, degeneração macular, catarata e até sífilis.
O censo de 2010 do IBGE mostra que 6,5 milhões de brasileiros têm algum tipo de deficiência visual, sendo 528 mil cegos (entre a cegueira de nascença e a adquirida) e mais de 6 milhões com grande dificuldade permanente de enxergar, a chamada baixa visão ou visão subnormal.
A OMS alerta que, em todo o mundo, 80% dos casos de cegueira ou deficiência visual poderiam ser evitados se ações preventivas e/ou de tratamento fossem incrementadas. Como a informação é a base da prevenção, conheça 5 doenças que podem levar à cegueira, seus principais sintomas e formas de prevenção e tratamento.
1. Glaucoma – Maior causa de perda definitiva da visão no mundo.
Marcada por lesões no nervo óptico – que deixa de levar ou leva de forma insuficiente as informações visuais ao cérebro - na maior parte das vezes a doença é causada pelo aumento da pressão ocular, que ocorre devido a uma falha no sistema de drenagem do líquido que circula de forma contínua no interior do olho (humor aquoso) – e que é o responsável pela nutrição e hidratação das estruturas ao seu redor.
O glaucoma pode ser também congênito, afetando crianças recém-nascidas, ou agudo, quando a pressão intraocular aumenta de forma súbita.
Alguns grupos têm mais tendência a apresentar a doença, como pessoas míopes, negras, com idade acima dos 40 anos, hipertensos, diabéticos e com histórico familiar da doença.
Os principais sintomas são pontos cegos na visão periférica, perda ou defeitos no campo visual, cefaleia, visão turva, pupilas dilatadas, náuseas, dor ocular, desconforto ou ardência nos olhos, faíscas ou luzes nas vistas, visão de auréolas como arco-íris, pontadas fortes e olhos vermelhos.
A prevenção é possível, e passa por um dado cultural: o convencimento da população a ir ao oftalmologista pelo menos uma vez por ano para medir a pressão ocular e a cada seis meses para os grupos de risco.
Quanto mais precoce for o diagnóstico mais fácil de tratar e controlar o glaucoma, evitando a perda total da visão por meio do uso frequente de colírios ou de cirurgia.
2. Degeneração macular – Principal causa de cegueira na velhice.
Apesar disso, a maior inimiga da visão não é a velhice, mas sim a falta de informação. A pesquisa Saúde Ocular na Terceira Idade, conduzida com 5 mil pessoas em sete estados brasileiros em 2014 e promovida pela Associação Retina Brasil, mostrou que 81% dos brasileiros nunca ouviram falar da degeneração macular relacionada à idade (DMRI).
A doença, que provoca a deterioração da visão central em pessoas com mais de 60 anos através de lesões na mácula causadas pela oxidação das células da retina, pode ser prevenida desde muito antes.
Hoje calcula-se que 3 milhões de pessoas acima dos 55 anos tenham o problema no Brasil, cuja prevalência é na Região Sul. Explica-se: ela é prevalente entre os caucasianos, mas outros fatores de risco são a hereditariedade, a má alimentação e, principalmente, o tabagismo, que causa o envelhecimento das células predispondo-as à degeneração.
A prevenção deve ser feita através da alimentação saudável com peixes e couves, hábitos saudáveis, principalmente o abandono do tabagismo, e a ida anual ao oftalmologista já que, uma vez detectado o problema o tratamento pode ser feito através de vitaminas antioxidantes.
O acompanhamento da visão ao longo da vida é essencial para evitar problemas na velhice. De acordo com a revista The Lancet Global Health, a estimativa é que 8,7% da população mundial tenha DMRI, atingindo mais de 196 milhões de pessoas até 2020 e 288 milhões até 2040. No Brasil, hoje, 2,9 milhões de pessoas com mais de 65 anos têm a doença.
3. Retinopatia diabética – Injeção pode reverter cegueira causada pela doença.
A retinopatia diabética (RD) é silenciosa: normalmente só se manifesta, como uma visão borrada e manchas negras, quando a cegueira já é iminente e é hoje a principal causa de perda de visão entre pessoas de idade ativa. No entanto, a ida regular ao oftalmologista é capaz de identifica-la, controla-la e, a partir de agora, até reverter a doença.
Aliada à prevenção e ao controle da diabetes, uma injeção do antiangiogênico aflibercepte (Eylea) aplicada diretamente no olho impede o surgimento descontrolado de vasos sanguíneos, causado pelos níveis anormais de açúcar no sangue, que causa a RD.
A novidade, que na realidade já é utilizada para controlar a DMRI mas só agora começa a ser aplicada ao tratamento da RD, foi apresentada pela Bayer em um congresso médico na Colômbia em maio deste ano. No Brasil a expectativa é que a Anvisa libere seu uso ainda este ano.
A estimativa dos especialistas é que depois de 20 anos de convivência negligente com a diabetes quase todos os pacientes do tipo 1 e 60% dos pacientes do tipo 2 desenvolvam a RD – que, na realidade, pode ser evitada em 80% das vezes apenas com mudanças na dieta e a prática de exercícios físicos.
4. Catarata – Maior causa de cegueira reversível no mundo.
Causada pela opacidade do cristalino, a lente natural do olho que fica atrás da pupila, ela impede a passagem natural da luz à retina para a formação das imagens que são transmitidas ao cérebro.
Até agora, a única forma de reverter a catarata é a cirurgia de substituição do cristalino, mas cientistas da Universidade da Califórnia (EUA) descobriram um colírio à base de lanosterol, ainda em fase de testes, que pode ser capaz de reduzir a quantidade de proteína depositada no cristalino. A esperança dos pesquisadores é que a substância sirva tanto para tratamento quanto para prevenção da catarata.
Hoje o que se sabe é que esse depósito de proteínas acontece como resultado do envelhecimento, principalmente após os 60 anos, mas também por fatores como traumatismos, inflamações oculares, uso de determinados medicamentos, defeitos congênitos ou predisposições genéticas, exposição à luz ultravioleta, diabetes, tabagismo e desnutrição, por exemplo.
A sua forma congênita, que acomete recém-nascidos, é a principal causa de cegueira na infância em todo o mundo, e foi justamente da observância da ausência no lanosferol nessas crianças que os cientistas desenvolveram o colírio. Sua ocorrência é maior em crianças cujas mães tiveram doenças como toxoplasmose, sífilis ou rubéola durante a gravidez.
Entre as formas de prevenção da doença estão uma alimentação rica em nutrientes, especialmente antioxidantes; redução do consumo de álcool e do tabagismo, que causam o envelhecimento precoce das células; proteção contra os raios UV com o uso habitual de óculos escuros e controle da diabetes.
5. Retinopatia hipertensiva.
Dados do IBGE mostram que 21,4% da população adulta brasileira já foi diagnosticada com hipertensão arterial – 50% entre as maiores de 55 anos. O que muita gente não sabe é que a doença também pode causar cegueira, sendo que são justamente as alterações oftalmológicas as primeiras manifestações da doença.
Por isso, a ida regular ao oftalmologista, em qualquer idade, na verdade é capaz de prevenir ambos os problemas de uma só vez, já que a elevação da pressão arterial pode ser percebida através do exame de fundo de olho.
O motivo é simples: a hipertensão arterial atinge o sistema cardiovascular como um todo, fazendo com que este exame seja uma observação direta do problema, facilitando seu diagnóstico precoce.
A retinopatia hipertensiva ocorre quando a pressão arterial torna-se extremamente elevada, atingindo a retina de forma direta. Nos casos mais graves ela pode causar cegueira que, por sua vez, pode ou não ser reversível.

Promover a educação quanto à saúde ocular é o primeiro passo para uma visão mais saudável. 

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