FONTE: Mário André Monteiro, TRIBUNA DA BAHIA.
Relação de Klinger, Paula e Angélica está firmada
em cartório, mas a conquista da declaração de união poliafetiva é só o começo
para eles, que buscam agora o casamento.
Lembra
quando contamos aqui no iG Deles a história de Klinger de Souza,
Angélica Tedesco e Paula Gracielly, trisal que vive um relacionamento
diferente na cidade de Jundiaí, interior de São Paulo, onde ele é heterossexual
e elas bissexuais, numa experiência chamada de "poliamor"?
Pois
então. Nesta semana eles conseguiram uma grande conquista ao receberem a
declaração de união poliafetiva, semelhante a uma declaração de união estável
que é feita com um casal tradicional. Agora, por lei, a união está
reconhecida, onde os três têm os mesmos direitos dentro da relação.
"Você
faz a próprio punho, coloca o nome de todo mundo, com RG, profissão, estado
civil, onde residem e todos os dados necessários. Declaramos que vivemos juntos
desde tal data. E têm duas testemunhas com as assinaturas reconhecidas
também", disse Klinger.
"E
sai tudo na hora mesmo. O cartório valida as assinaturas e já dá a declaração
para os três, saímos do local com tudo feito em questão de 30 minutos. Chegamos
com a declaração feita, assinadas e tudo mais. Eles pegaram, reconheceram e nos
entregaram de volta", completou o rapaz.
A declaração
tem a mesma função do documento feito para duas pessoas. No caso de
falecimento, por exemplo (bate na madeira), o seguro de vida de Klinger seria
dividido entre as duas. Bem como direito a pensão, que elas também
poderiam almejar. "Assim como todos os direitos de um casamento normal,
como fidelidade, ajuda financeira mútua", disse.
E se
acontecer uma separação? A união poliafetiva prevê divisão dos bens de
forma igualitária. "Se uma delas tiver vontade de se separar, é feita
uma verradura dos nossos bens e esse valor final é dividido entre os três.
Ou em bens ou em dinheiro. A mesma coisa caso eu queira sair do relacionamento,
eu teria direito a 33,3% do que conquistarmos daqui para frente",
explicou Klinger.
O
trisal não vai parar na declaração de união poliafetiva. Os planos são
muito mais ambiciosos, de acordo com Klinger. "A gente vai seguir adiante
com isso e o próximo passo é tentar fazer uma certidão de casamento dos três.
Vamos conversar antes e se estiver tudo certo, vamos com pessoas mais próximas,
as meninas vestidas de noiva, eu de smoking. Não em igreja, não vamos nem
tentar porque existe um tabu grande. Seria em cartório mesmo, e aí sim vamos
fazer uma festa e tudo mais", completou.
O
relacionamento do trisal ganhou até uma página no Facebook, onde eles procuram
conversar com as pessoas, passar dicas de como resolvem os problemas dentro do
trio e desmistificar um pouco esse mito de que o poliamor é uma coisa errada.
"O retorno de pessoas que gostam da ideia sobrepõe as pessoas preconceituosas",
avisou Klinger, que recebe diversas mensagens na rede social.
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