FONTE: O Dia, TRIBUNA DA BAHIA.
Igreja
católica em Barra Longa, a 60 km de Mariana, recebe fiéis batistas, que tiveram
templo parcialmente destruído.
Em meio
à tragédia do tsunami de lama de rejeitos de mineração da Samarco, a atitude
inusitada de um padre da região atingida pelo desastre tem chamado a atenção.
Pároco
da Igreja de São José, da cidade de Barra Longa, a 60 Km de Mariana, Wellerson
Magno Avelino, de 39 anos, abriu as portas de sua paróquia para cultos de
outras religiões, sobretudo a Batista, que teve templo parcialmente destruído.
Fotos
de um dos cultos circulam pelas redes sociais e dividem opiniões e causam
polêmica. Embora a maioria dos internautas louve a iniciativa de Wellerson, que
recebeu apoio de sua arquidiocese, fiéis e até alguns padres da própria Igreja
Católica, e evangélicos, o criticam.
Nas
fotos, o interior da Igreja de São José está sem imagens de santos, retiradas
provisoriamente. Devotos batistas aparecem orando e abraçados ao padre.
Padre
Marcelo Tenório usou seu blog para reclamar. “Lamentável. A fé não se negocia,
a verdade não pode ser obscurecida por nada, nem tão pouco pela solidariedade”,
postou Tenório.
O bispo
anglicano Josep Rossello, que publicou as primeiras fotos, disse que “em
momento de tristeza e dor, a missão como cristãos e filhos do mesmo Deus, é
acolher uns aos outros. O padre Wellerson está de parabéns, pois faz o bem sem
olhar a quem”, justificou.
Há seis
anos e meio à frente da Paróquia de São José, padre Wellerson disse ontem ao
Dia, por telefone, que não está incomodado com questionamentos.
“Nossa
igreja está de portas abertas, servindo de base para a atuação de voluntários
de diversas partes do país, inclusive de outras religiões. Fizemos um culto
ecumênico dias atrás que ajudou a manter a serenidade num momento muito
difícil. O verdadeiro cristão é aquele que acolhe seus filhos, seja de onde for
e em qualquer circunstância”, afirmou.
Danos.
A
ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, afirmou na segunda-feira
(23/11) que ao menos 900 hectares de flora foram dizimados em Minas Gerais em
razão do desastre em Mariana. O monitoramento no estado ainda não foi
concluído.
“Só em
Minas Gerais, o Ibama já fez um laudo, e só de impacto em vegetação são mais de
900 hectares de destruição. Nós temos de medir hectare por hectare e fazer fotografias
comparando com imagens de satélite o que era antes e o que é hoje”, disse a
ministra, que sobrevoou ontem a foz do Rio Doce.
Segundo
Izabella, a onda de resíduos já alcança dez quilômetros ao longo da costa do
Espírito Santo e de um a 1,5 quilômetro mar adentro.
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