Os testes para comprovar a eficácia da fosfoetanolamina
sintética, substância que teria suposta capacidade de curar o câncer, devem ser
realizados em cinco hospitais da rede estadual, com a participação de até 1 mil
pacientes na pesquisa, segundo o secretário estadual da Saúde, David Uip.
Os detalhes sobre o trabalho, que será encabeçado pelo
Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), foram apresentados após o
governador Geraldo Alckmin (PSDB) anunciar que ofereceria a rede hospitalar e
os laboratórios do Estado para a realização de testes clínicos.
“A decisão é que vamos fazer um trabalho multicêntrico
envolvendo centros e hospitais de oncologia que tenham expertise em pesquisa
clínica. Pesquisadores estão desenhando esse trabalho que será apresentado nas
comissões de ética dos hospitais selecionados. Quando aprovado, começará a
pesquisa”, explica Uip. Além do Icesp, está prevista a participação do Hospital
do Câncer de Jaú.
Criador. O secretário informou que, paralelamente à elaboração dos
padrões da pesquisa, será solicitada a autorização do responsável pela
substância, o professor aposentado do Instituto de Química da Universidade de
São Paulo (USP) em São Carlos, Gilberto Chierice, e da própria universidade,
pois a droga é patenteada.
O número de pessoas que devem participar dos testes
também já foi estabelecido, de acordo com Uip, mas os critérios de escolha
ainda não foram definidos. “Os critérios de inclusão e exclusão serão feitos
dentro do desenho que ainda não está pronto. A ideia inicial é de que vários
braços (da doença) serão pesquisados, como câncer de pulmão, de
bexiga, leucemia. Provavelmente, serão sete braços”, afirmou o secretário.
Detalhes. Uip não detalhou o pedido que o governador fará à Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) por uma autorização especial para que
alguns pacientes façam uso da substância antes da realização dos testes. “Ainda
temos de estudar como fazer. Vou conversar com o governador. É um detalhe
técnico. Temos de saber como será, porque o uso é individualizado, analisado
paciente por paciente.”
A fórmula ainda não foi testada em humanos e não tem
autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária para ser distribuída
como um medicamento comum.
Uip disse que o objetivo do Estado é oferecer suporte
para a realização da pesquisa. “Sou professor de Medicina e pesquisador. Então,
defendo a pesquisa clínica. Vamos fazer uma pesquisa nos moldes daquilo que há
de mais refinado na área.”
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