Uma mulher que se passou por homem no Facebook para manter relações
sexuais com outra mulher foi condenada a oito anos de prisão na Grã-Bretanha.
A diretora de marketing Gayle Newland, de 25 anos, teria exigido que a
outra mulher se vendasse durante os encontros sexuais e usado um pênis
prostético nas cerca de dez relações que tiveram, segundo o julgamento.
A vítima disse que só descobriu a farsa ao ficar desconfiada e tirar sua
venda durante o último encontro.
A acusada, da cidade britânica de Willaston, criou um
perfil falso no Facebook sob o nome de Kye Fortune e passou a trocar mensagens
com a nova amiga — que não foi identificada, mas que alguns jornais britânicos
disseram que também teria 25 anos.
Ambas teriam começado a conversar por telefone —com Gayla fazendo
"voz grossa"— em 2011, mas só se encontraram em fevereiro de 2013.
A vítima disse ter sido forçada a usar uma venda nos encontros porque
"Kye" teria insegurança quanto a sua aparência, alegando ter
cicatrizes. As duas passaram mais de 100 horas juntas em hotéis e no
apartamento da vítima.
Gayle disse que ambas participaram de uma "fantasia" e que a
vítima sempre soube que ela se passava por homem, já que ambas teriam tido
dúvidas em relação à sexualidade.
Ela negou ter forçado a parceira a permanecer vendada ou que tenha usado
um disfarce para esconder os peitos ou roupas de nado, como foi alegado.
'caso diferente'.
A acusação disse que este era um "caso diferente" no qual
Gayle atingiu a vítima "inocente e vulnerável", que disse não ser
gay, em uma farsa elaborada.
O juiz Roger Dutton, responsável pelo caso, descreveu a acusada como
"inteligente, obsessiva, manipuladora e determinada".
"Você teve essa conduta por um longo período no qual você brincou
com os sentimentos dela, agindo para sua satisfação sexual e escolheu ignorar o
impacto devastador de que uma eventual descoberta da verdade poderia ter
nela".
Ele disse que o impacto psicológico na vítima seria "profundo"
e "de longa duração".
O juiz aceitou o argumento da defesa de que Gayle tinha vários
distúrbios identificados em um relatório psiquiátrico, incluindo depressão e
transtornos obsessivo-compulsivo e de personalidade.
Mas disse que não poderia aplicar uma pena branda, já que os crimes eram
"sérios".
Gayle ficou agitada ao ouvir a sentença e teve que ser contida
fisicamente. Ela foi retirada aos gritos do tribunal.
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