sábado, 28 de novembro de 2015

CONHEÇA OS SINAIS DE QUE O CORPO ESTÁ PRECISANDO DE HORMÔNIOS...

FONTE: Fernanda Aranda, iG São Paulo, TRIBUNA DA BAHIA.

Por meio do que chama "as sete pausas da vida", cardiologista aponta como lidar com períodos como menopausa e andropausa.


O passar dos anos pode ser saudável, mas o corpo dá sinais de que enfrenta períodos de pausas neste processo.
O organismo fica à espera dos hormônios perdidos no meio do caminho, das vitaminas e nutrientes negligenciados na jornada e ainda necessita daquelas mudanças na alimentação prometidas por tempos, mas esquecidas de serem colocadas em prática.
O médico cardiologista Marcos Natividade estudou profundamente o envelhecimento e focou sua pesquisa nas sete pausas que podem ocorrer ao longo da vida, trazendo tristeza, cansaço, insônia, quilos extras e falta de apetite sexual. As pausas são: menopausa (só feminina), andropausa (só masculina), melatopausa, eletropausa, adrenopausa,tireopausa e somatopausa.
Em seu livro Saúde, Estética & Prevenção Hoje (Ed. LMP), Natividade explica os fenômenos bioquímicos que explicam estes sete processos. Em entrevista ao iG Saúde, o especialista orienta a melhor forma de identificar precocemente os sinais e amenizar o desconforto imposto ao bem-estar.
“O ser humano caminha para ser centenário. Mas ainda precisa descobrir que não envelhece e, então, caem as dosagens de hormônio. O conceito é inverso”, explica ele. “Primeiro os hormônios diminuem e, só por isso, envelhecemos.”
Menopausa.
“É a interrupção da produção dos hormônios sexuais femininos, o estradiol e a progesterona. Ocorre ao redor dos 50 anos e traz sintomas importantes como ondas de calor e dores”, explica Marcos Natividade.
Segundo o especialista, o estresse é o principal vilão da menopausa. Por isso, é importante que a mulher saiba o que lhe faz bem, quais atividades são prazerosas e o que diminui a ansiedade, para que essas ações sejam intensificadas no período da menopausa.
“Outro pilar é a alimentação, em especial a aveia e a linhaça. Alimentos crus, e peixes de água salgada também fortalecem o organismo e ajudam a diminuir os sintomas desta fase”, resume Natividade. Ter sempre acompanhamento médico também é importante para que o especialista possa direcionar a reposição hormonal, caso necessário.
Andropausa.
“É o interrupção, lenta e gradual, dos hormônios masculinos, especialmente a testosterona”, explica Mário Natividade. “Mas engana-se quem pensa que o primeiro sinal é a impotência ou a diminuição do apetite sexual. Se as mulheres ficam mais tristes com a diminuição do hormônio, os homens ficam rabugentos. E este processo já começa aos 35 anos. Se ele ainda tiver uma barriga mais saliente e estiver com a pressão alta, é quase certo que o corpo já está em andropausa.”
A receita para eles é muito parecida com as orientações para mulheres na menopausa. Driblar o estresse, fazendo coisas que dão prazer e descanso, é a principal estratégia. Alimentação também é protetora, com alimentos crus e castanha do Pará.
Melatopausa.
É a diminuição da secreção melatonina, responsável pelo bom sono. Pode afetar homens e mulheres, em qualquer idade, mas é mais comum após os 40 anos. “As pessoas esquecem que a qualidade do sono começa em uma boa digestão alimentar. A melatonina é secretada no intestino, então primeiro há uma falha no processo digestivo e depois um impacto na hora de dormir”, explica Marco Natividade.
A diminuição da melatonina – a estimativa é que a cada década de vida haja uma diminuição entre 10% e 15% da produção – pode ser amenizada pelo consumo de aminoácidos (peixes, carnes, ovos, soja). Além da sensação de cansaço, outro sintoma desta pausa são os gases, a prisão de ventre e a sensação de estar estufado.
 Eletropausa.
É a diminuição da pregnenolona, hormônio responsável pela memória. “Muitas pessoas estão com a memória ruim e não sabem, porque hoje temos muitas formas de armazenar informações, como agendas de celulares, computadores etc”, explica o médico.
“Mas um macete para saber se a pessoa está com o cérebro comprometido é a capacidade que ela tem de lembrar seus sonhos. Se raramente ela lembra de ter sonhado já é um indício. Se quando lembra, o sonho está em preto e branco também é sinal de que precisa aumentar a pregnenolona.”
Segundo Natividade, a raiz da oferta do hormônio da memória é ômega 3, que pode ser encontrado nos óleos de peixe. “O ômega 6 também é importante, mas para cada mililitro de óleo de girassol, soja trigo consumido, é preciso consumir um mililitro de óleo de peixe.”
Adrenopausa.
É a sensação de que falta energia no corpo, provocada pela queda dos hormônios cortisol e DHEA.
“São dois hormônios produzidos por uma glândula pequena, que fica sobre o rim, como se fosse um chapéu”, explica Marcos Natividade. As situações estressantes são as que mais desequilibram a produção destas duas substâncias e, por isso, podem afetar homens e mulheres em igual proporção e em qualquer fase da vida. Porém, quanto mais tempo sem cuidar do cortisol e da DHEA, mais diversificados ficam os efeitos colaterais. O primeiro sinal é a fadiga constante. Depois aparecem o inchaço e também os quilos extras.
“Afeta o organismo inteiro e uma das soluções é aumentar a melatonina (relacionada à melatopausa). Por isso, a solução principal via alimentação é aumentar o consumo de peixes e de aminoácidos em geral."
Tireopausa.
Queda na produção de hormônios da tireoide. Cuidar deste órgão do corpo evita não apenas a obesidade, mas o ressecamento da pele e dos cabelos, além do aumento do colesterol, três processos muito frequentes no envelhecimento. Fazer exames que medem a dosagem dos hormônios da tireoide, ao menos, uma vez por ano garante uma intervenção precoce.
Por meio da alimentação, o que garante o bom funcionamento da tireoide é evitar os jejuns prolongados, diminuir a ingestão de carboidratos e de bebidas alcoólicas, equacionar as dosagens de nutrientes – pesquisa recente mostrou que 90% dos brasileiros consomem quantidades inadequadas de cálcio, sódio, fibras e açúcares – além de investir na soja.
Somatopausa.
Diminuição do hormônio responsável pelo crescimento. Segundo o médico cardiologista Marcos Natividade ainda há certa polêmica sobre a reposição deste hormônio, já que é natural que ele diminua depois que a pessoa chega à fase adulta.

Mas, de acordo com o que escreve em seu livro, a produção influencia no combate a insônia e depressão e diminui a gordura corporal. Como pode acarretar reações adversas graves, é preciso fazer uma investigação minuciosa dos pacientes para avaliar se os benefícios superam os riscos.

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