FONTE: Giovanna Tavares -
iG São Paulo, TRIBUNA DA BAHIA.
Sexo oral anal é prática erótica
que necessita de higiene e cumplicidade dos parceiros para ser segura e
prazerosa.
O que
para alguns é tido como prática proibida, para outros é uma alternativa
interessante de obter prazer.
Praticado
numa região do corpo com muitas terminações nervosas, o beijo-grego é um
estímulo poderoso ao orgasmo.
Mas
mesmo com essa possibilidade de prazer, o beijo-grego ainda é um assunto
delicado entre os casais.
Primeiramente,
afirmam os especialistas, por conta do local dos estímulos orais. Da mesma
forma que o sexo anal enfrenta esse tipo de preconceito.
“É um
tabu porque tudo o que é diferente gera uma ideia de proibição na sexualidade,
um preconceito. Tudo o que está ligado ao ânus traz essa ideia do pervertido,
que é ligado à prostituição, ao errado. O sexo vaginal, por exemplo, é tido
como o sexo perfeito. Agora, o beijo e as demais brincadeiras ligadas ao ânus
carregam uma conotação negativa”, explica Celso Marzano, urologista, sexólogo e
terapeuta sexual, autor do livro “O Prazer Secreto” (Editora Éden).
Por
outro lado, de acordo com o especialista, esse tipo de carícia estimula uma
fantasia muito intensa entre os parceiros, justamente pela ideia da proibição.
Em
outras palavras: ninguém quer assumir que gosta de beijos e lambidas na região
do ânus, mas na liberdade proporcionada por quatro paredes o que acontece é
justamente isso.
O
grande problema dessa abordagem hipócrita é que ela abre espaço para a
desinformação sobre os cuidados necessários para um beijo-grego seguro para o
casal.
“O que
a gente sempre indica é fazer a higienização cuidadosa do local, para ter o
mínimo de resíduos, antes de começar qualquer carícia. Mas é importante lembrar
que o ânus nunca vai ficar cem por cento limpo, já que é uma região com muitas
bactérias”, pontua a sexóloga Elaine Pessini.
“Alguns
casais fazem lavagens com duchas higiênicas, que limpam bem a região, mas o uso
frequente delas não é recomendado”, completa a especialista.
Mesmo
livre de resíduos aparentes, o ânus vai continuar tendo secreções que podem
causar algum tipo de infecção bacteriana. Segundo Marzano, quem aprecia esse
tipo de carícia não está imune a algum tipo de DST, como herpes e HPV.
Para
evitar mais riscos, o beijo-grego deve ser praticado sempre antes da penetração
anal e nunca depois. Diferentemente da língua, o pênis e os vibradores
estimulam a liberação de secreções inadequadas para contato no sexo
oral.
Existem
algumas camisinhas específicas para o sexo oral. Porém, elas são mais difíceis
de serem encontradas e também comprometem inegavelmente parte do prazer na hora
do beijo-grego. Também não dá para fingir que alguém com receio em relação à
limpeza da região vá ficar confortável e relaxado para desfrutar da prática. A
saída aí é o casal procurar outro tipo de fantasia.
"É
importante lembrar que as camisinhas só protegem a língua, e não a boca como um
todo, então o perigo continua existindo. Com os devidos cuidados, é uma região
que pode receber o oral sem problemas, tornando-se uma alternativa a mais para
o casal”, explica Marzano.
Beijo grego no homem.
A
prática pode trazer prazer não apenas para as mulheres. Os homens também podem
receber a carícia no ânus, especialmente se forem libertos de estigmas. Vale
lembrar que sentir atração por uma pessoa do mesmo sexo e gostar de beijo-grego
são coisas completamente diferentes – e sem nenhum tipo de relação entre si.
Obviamente,
a abordagem do tema com o parceiro deve ser delicada e com cuidado. Não
dá para acariciar ou mesmo beijar o ânus alheio sem antes dar sinais de
interesse em consumar o ato. Num primeiro momento, a sugestão de beijo-grego
pode assustar o homem. Vá com calma.
“Tem
que existir a confiança no outro. É importante saber com quem você está se
relacionando, para saber se permitir e sentir prazer na hora da carícia. Senão,
vira algo forçado e arriscado, principalmente se você não sabe das condições de
saúde daquela pessoa”, alerta Elaine, ressaltando a importância da cumplicidade
entre o casal.
No sexo
oral anal ou em qualquer outra prática na cama, o casal deve conversar sobre
desejos, fantasias, receios e vontades sem qualquer tipo de julgamento. Para o
bem do prazer e da saúde de ambos.
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