FONTE:, (redacao@correio24horas.com.br), CORREIO DA BAHIA.
Ela estava em sua casa, no bairro
Ribeirânea, quando foi surpreendida e levada para a delegacia da PF na cidade.
A
prefeita de Ribeirão Preto, Dárcy Vera (PSD), foi preso nesta sexta-feira, 2,
na Operação Mamãe Noel, deflagrada pela Polícia Federal e pelo Grupo de Atuação
Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público de São Paulo
(Gaeco). Segundo a PF, Dárcy foi presa a pedido da Procuradoria Geral do
Estado.
Segundo
a PF, a nova operação apura crimes de peculato, falsidade ideológica, uso de
documento falso, corrupção ativa e passiva, entre outros. O nome “Mamãe Noel”,
é uma referência às evidências ainda de que a ex-advogada do Sindicato dos
Servidores Públicos Municipais de Ribeirão Preto Maria Zuely Librandi repassou,
entre 2013 e 2016, mais de R$ 5 milhões aos demais denunciados, em dinheiro e
cheques, desviados da Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto.
O
esquema de desvio no Sindicato dos Servidores Públicos Municipais foi
descoberto acidentalmente nas investigações da “Operação Sevandija” que
envolveram interceptações telefônicas, análise de milhares de documentos e
envolvia o pagamento de propina para a liberação de honorários advocatícios.
Por conta do plano Collor, o Sindicato dos Servidores venceu uma ação de R$ 800
milhões contra o poder público.
A
ação cumpre mandados de prisão preventiva, de busca e apreensão e bloqueio de
bens em três cidades do Estado de São Paulo, e é a segunda fase da “Operação
Sevandija”, iniciada em 1º de setembro. Ela estava em sua casa, no bairro
Ribeirânea, quando foi surpreendida e levada para a delegacia da PF na cidade.
O
pedido de prisão partiu da Procuradoria de Justiça do Estado e outros três
investigados, ligados ao Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de
Ribeirão, também devem ser presos. Todos devem responder a crimes como
falsidade ideológica e corrupção.
A
casa da prefeita e seu gabinete haviam sido alvo de busca e apreensão em outra
fase da Sevandija, em setembro deste ano. Grampo de Operação Sevandija, no
início da investigação da Sevandija, pegou a prefeita de Ribeirão Preto
mandando recado ameaçador a vereadores que não estariam apoiando sua gestão e
seus projetos. O diálogo foi interceptado em 15 de junho. A prefeita não
esconde sua irritação com dois vereadores da base aliada, Jiló (PTB) e Maurílio
Romano (PP).
Ela
queria a aprovação de um projeto para transferência de valores de um fundo
municipal para os cofres do Tesouro. “É fim. Chega. Vota contra. Pode votar
contra. Fica a vontade. Mas tira todos os seus cargos do governo hoje. Cara,
não votar algo? O cara tá cheio de gente no governo. Manda embora. Não é porque
é meu genro, não. Tá asfaltando as ruas do Ipiranga (onde mora Jiló), eu vou
mandar parar as ruas do Ipiranga. Quer medir força? Vamos medir. Maurílio diz
que não tem um monte de interessado? Vou chamar ele prá ir na delegacia dar o
nome dos interessados. Porque eu tenho a lista de todos os que você passou pela
Secretaria de Meio Ambiente e Planejamento. Você não brinca comigo, não,
Maurílio. Eu não tenho medo de você.”
A
prefeita sob suspeita da Sevandija prosseguiu. “Você enterra a minha carreira e
eu enterro a sua. Eu tô com o saco cheio desse povo (vereadores). Eu não
suporto mais. Eu cheguei no meu limite.”
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