Segundo a Confederação,
o aumento pode ser ocasionado pelo ajuste na tabela do frete.
Por causa da tabela do
frete, o preço dos alimentos pode subir 12,1%, segundo estudo da Confederação
da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), que prevê impactos além da cesta
básica. Se o custo for totalmente repassado à cadeia produtiva, a inflação
poderá ficar entre 5% ou 6%, ameaçando atingir o valor máximo da meta fixada
para este ano.
Esses dados foram
apresentados na quinta-feira, 28, na audiência de conciliação promovida pelo
ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux entre caminhoneiros e
empresas na busca de um acordo em torno da tabela do frete. Fux relata uma ação
direta de inconstitucionalidade da Medida Provisória 832, que criou uma
política de preços mínimos para o frete.
O cálculo da CNA diz
respeito a alimentos como arroz, carnes, feijão, leite, ovos, tubérculos,
frutas e legumes, que respondem por 90,4% da cesta básica. A conclusão é que,
com o encarecimento desses itens, a cesta básica passará a consumir 50% de um
salário mínimo a partir de julho, ante 46,2% até maio.
"O tabelamento
fará com que as famílias brasileiras percam seu poder de compra", afirma a
entidade. "Isso porque em 2018 o governo federal elevou o salário mínimo
para R$ 954, um acréscimo de R$ 7, enquanto o tabelamento do frete deverá aumentar
o custo da cesta de alimentos em R$ 53,40, valor três vezes maior."
Nos 12 meses terminados
em abril, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado estava em
2,76%, influenciado pelo preço dos alimentos em domicílio, que apresentavam
recuo. "Após a greve e o tabelamento de fretes, houve completa reversão
nesse quadro de estabilidade inflacionária, com esse índice projetado em 4,42%
para o mês de junho."
Nos 12 meses encerrados
em abril, os alimentos em domicílio haviam caído 4,42%. Para o período encerrado
em junho, esses mesmos itens deverão apresentar alta de 0,53%, "uma
incrível reversão em sua trajetória", aponta o estudo. Em junho, a alta
dos alimentos deve atingir 3,43%.
A CNA nota que a
paralisação dos caminhoneiros fez o mercado financeiro rever suas projeções
para a inflação em 2018. De 3,49% antes do movimento, as projeções já estão em
4%. A pedido da CNA, a consultoria LCA calculou o impacto do frete mais caro
caso ele seja integralmente repassado a toda a cadeia de produção do País. Nesse
caso, a inflação poderá terminar o ano entre 5% e 6%.
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As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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