FONTE: *** Jairo Bouer, https://doutorjairo.blogosfera.uol.com.br
Não existe nada melhor
que tirar férias para se livrar do estresse relacionado ao trabalho. O problema
é que o bem-estar dura pouco. Segundo um estudo norte-americano, para dois
terços dos trabalhadores, os benefícios do período de descanso vai embora em
poucos dias.
O levantamento foi
feito pela internet por pesquisadores da Associação Americana de Psicologia,
com mais de 1.500 pessoas com empregos de período integral e de meio período.
A maioria dos
trabalhadores relatou efeitos positivos das férias, como voltar ao trabalho com
humor mais positivo (68%), mais energia (66%) e motivação (57%), e menos
estresse (57% ). Além disso, consideraram que a qualidade do trabalho
melhorou (55%), bem como a produtividade (58%).
Os autores do estudo
observam que tirar férias regularmente pode ajudar a evitar o “burnout”, a
síndrome de esgotamento associada ao trabalho, mas quando o problema já existe,
a medida só funciona como paliativo.
No geral, mais de um
terço dos americanos que trabalham (35%) relatou sentir estresse crônico
durante o expediente, e apenas 41% afirmaram que o empregador fornece recursos
suficientes para ajudar os funcionários a administrar o estresse. Apenas metade
dos entende que seus empregadores fornecem recursos para ajudá-los a entender
suas necessidades de saúde mental.
Além disso, cerca de
20% disseram ter sentido tensão durante as férias, 28% admitiram que acabaram
trabalhando mais do que o planejado durante o descanso, e 42%, que temiam
voltar ao trabalho.
Muitos sites oferecem
dicas de como aproveitar melhor o tempo fora do escritório, mas isso não
depende exclusivamente do empregado. A empresa deve ter políticas e práticas
eficazes que permitam aos funcionários se ausentar com tranquilidade e sem
serem acessados por e-mail ou telefone.
Apenas 41% dos
entrevistados relataram que a cultura de sua organização encoraja a folga, e
apenas 38% avaliaram que seu supervisor incentiva o descanso. Os resultados não
chegam a surpreender, mas mostram que falta bom senso. O estresse não só
prejudica o funcionários como as próprias empresas.
A pesquisa demonstrou
que nas organizações que incentivam a folga, os funcionários sentem os
benefícios do descanso por mais tempo. Nessas empresas, 71% relataram voltar
com maior motivação, quando comparados com os funcionários sem incentivo (45%).
As proporções foram semelhantes, em ambos os lados, nos critérios de
produtividade. E mais de 80% disseram se sentir mais valorizados pelo
empregador e satisfeitos com o emprego, contra 37% e 50%, respectivamente.
Entre os funcionários
das empresas que estimulam as folgas, 81% foram mais propensos a responder que
recomendariam a organização como um bom lugar para se trabalhar, contra 39% das
que não incentivam o descanso de suas equipes. Vale lembrar que isso é
importante para uma companhia atrair talentos.
Ainda nas organizações
onde o tempo livre é incentivado, 64% dos funcionários disseram que seu
empregador fornece recursos suficientes para ajudá-los a administrar seu
estresse. Apenas 18% dos funcionários disseram o mesmo nos locais de trabalho
em que o tempo livre não é incentivado.
Por último, o
levantamento também avaliou as principais fontes de estresse relacionadas ao
trabalho: baixos salários (49%), falta de oportunidade de crescimento (46%),
carga excessiva (42%), horas demais e expectativas irrealistas (39% cada).
Seriam necessárias diversas semanas extras de férias para compensar esses
aspectos negativos.
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