De janeiro a abril, 5,4
milhões de empresas mensalmente tinham dívidas em atraso.
Após quatro meses de
estabilidade, o número de empresas com pagamentos em atraso voltou a acelerar
em maio, influenciado pela greve dos caminhoneiros que paralisou o País por
mais de dez dias.
No mês passado, 5,5
milhões de companhias estavam na lista de inadimplentes, aponta a Serasa
Experian, empresa especializada em informações financeiras. Esse é o maior
número de empresas com pagamentos atrasados desde março de 2016, quando o
levantamento começou a ser feito.
De janeiro a abril, 5,4
milhões de empresas mensalmente tinham dívidas em atraso. Em maio, mais 100 mil
companhias engrossaram essa lista. Em comparação com o mesmo mês de 2017 houve
um acréscimo de 400 mil empresas, um aumento de 7,8%. As dívidas com pagamento
atrasado também cresceram 4,3% na comparação anual e atingiram R$ 124,3
bilhões.
"A greve dos
caminhoneiros impactou as cadeias de produção e as empresas pararam de produzir
e vender", afirma o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi. Sem girar os
estoques, elas ficaram sem capital de giro para honrar os pagamentos das contas
básicas e as dívidas com sistema financeiro e fornecedores.
Rabi explica que por
esse levantamento não é possível saber qual é o período médio de atraso porque
o critério de inadimplência é fixado pelo credor. Isto é, a Serasa Experian
reúne numa mesma lista o CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica) das
empresas que deixaram de pagar as contas no prazo, seja com um dia de atraso ou
mais de 30 dias, por exemplo.
O levantamento mostra
que o aumento da inadimplência foi puxado pelas empresas prestadoras de
serviços. No mês passado, essas companhias responderam por quase a metade (48%)
das empresas com pagamentos atrasados. Em maio do ano passado, as prestadoras
de serviços representavam 46,7% do total de companhias inadimplentes.
Rabi argumenta que o
prejuízo provocado pela greve se concentrou no setor de serviços porque ele
reúne um número maior de pequenas e microempresas. Normalmente as pequenas e
microempresas já enfrentam maior dificuldade de capital de giro e, com a greve,
tiveram piora nesse quadro.
Para os próximos meses,
a tendência para o calote das empresas não é de estabilização, segundo o
economista. Ele argumenta que a situação financeira das companhias está muito
ligada ao ritmo e crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), que pode
continuar desacelerando.
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