Inverno é sinônimo de
tirar o casaco do guarda-roupa. Ou pelo menos deveria ser. No entanto, desde a
chegada do que deveria ser a estação mais fria do ano, no dia 21 de junho, as
temperaturas não caíram em todo o país no decorrer dos dias. Só para se ter uma
ideia, na terça-feira (26), a máxima prevista na cidade de São Paulo foi de
27ºC, com mínima de 16°C. Portanto, quem gosta do frio vai ter de esperar pelo
menos até o dia 25 de julho para poder tirar aquele casaco quentinho do
armário, segundo o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos
(Cptec/Inpe).
Em Belo Horizonte, a
temperatura variou entre 27ºC nesta terça. Já em Manaus, ficou entre 25ºC e
31ºC. No Rio de Janeiro, a máxima prevista é de 30ºC, com mínima de 21ºC.
Segundo o centro de previsão,
o estado de São Paulo, toda a região centro-oeste, a parte sul da região do
Amazonas, o norte de Minas Gerais e parte do Nordeste – exceto a faixa
litorânea – vêm sofrendo com o aumento nas temperaturas durante o inverno. Isto
ocorre devido à presença de um fenômeno chamado anticiclone, que inibe a
formação de nuvens, e, com isso, o sol aquece mais a superfície.
Consequentemente, o ar esquenta mais, elevando a sensação de calor.
"Esse sistema
também age como um bloqueio para o avanço de frentes frias e, portanto, impede
a incursão de massas de ar mais frias.
sobre estas áreas do país", diz o especialista do grupo de previsão de tempo Maicon Eirólico Veber. A tendência, de acordo com ele, é que o fenômeno comece a perder intensidade a partir da primeira semana de julho, mas as temperaturas só devem cair a partir de 25 de julho. A previsão é que o tempo também continue seco na maior parte do país.
Segundo Veber,
situações semelhantes já ocorreram em anos anteriores e são relativamente
comuns. Nesta segunda-feira (25), no Distrito Federal, por exemplo, a
temperatura era de 22°C. Quase no mesmo período do ano passado, no dia 27, os
moradores da capital sentiram frio de 6 ºC, de acordo com o Instituto Nacional
de Metereologia (Inmet). A sensação térmica é diferente dos termômetros, que
marcaram 13°C na época.
Já para a
meteorologista Morgana Almeida, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet),
apesar de a sensação de calor, as temperaturas registradas no país não saem da
normalidade. Segundo Morgana, é uma característica normal do inverno ter
temperaturas mais amenas pela manhã e aumentos expressivos durante a tarde.
"Como à noite não há nuvens, o calor não é mantido, por isso a grande
amplitude térmica", explica a especialista.
Falta
de chuvas.
O que se observa também
neste período é a falta de chuvas. No Distrito Federal, por exemplo, não chove
há mais de 38 dias. A ausência, segundo a especialista do Inmet, é normal para
a época. Em 2017, por exemplo, foram 127 dias sem chuva na capital do país. A
expectativa é de que um grande volume de chuvas só caia em setembro, no início
da primavera.
"As chuvas tendem
a ser escassas no inverno, principalmente na área central do Brasil e, com
isso, no período da tarde, a umidade relativa do ar diminui. Quando fica abaixo
dos 30%, o Inmet emite um aviso meteorológico especial com o objetivo de
alertar à Defesa Civil e a população", explica.
Nenhum comentário:
Postar um comentário